A manhã desta terça-feira (30/10) foi de mobilização contra a corrupção em escolas das redes municipal e estadual, em João Pessoa, que registraram inscritos no 2º Concurso de Redação do Fórum Paraibano de Combate à Corrupção (Focco-PB). Representantes do Focco-PB visitaram algumas unidades de ensino, acompanhando o processo de aplicação das provas, e verificando o processo. O concurso reforça, junto a alunos e professores, a importância da adoção de atitudes anticorrupção, no exercício da cidadania.
O tema geral da redação foi o combate à corrupção e o subtema, que só foi conhecido no momento da prova e sobre o qual os estudantes desenvolveram as redações foi “O papel do cidadão no combate à corrupção”. Maria Gabriella, do 1º ano do ensino médio, deu sua opinião sobre a prova: “Eu acho que é um tema que deveria realmente ser abordado em todas as escolas, porque não é um tema só fechado na política. Corrupção é um termo abrangente e é importante que nós, cidadãos, percebamos nossos erros no dia a dia, tipo: muitos alunos pegam canetas, furam filas, colam provas… praticam atos de corrupção. A gente tem muita coisa pra falar sobre esse tema e a prova não foi difícil”.
A estudante Keila Raquel Barbosa, também do 1º ano, concordou com a colega, dizendo que o tema realmente precisa ser trabalhado com mais frequência nas escolas. “Pelo fato de o nosso país já ter passado pela crise econômica e pela corrupção, achei importante para o jovem se colocar, ter sua opinião. Como a escola já vem trabalhando o tema, acho que a nossa escola alcançará um bom resultado na prova”, afirmou.
Engajamento social
Leonardo Quintans, promotor de Justiça do Ministério Público da Paraíba (MPPB) – órgão coordenador do Focco-PB – visitou duas escolas da rede estadual que tiveram mais alunos inscritos: Escritor Horácio de Almeida, no Alto do Mateus, e José do Patrocínio, no Funcionários II. Ele foi recebido pelos gestores das escolas, pelos coordenadores e professores que aplicavam as provas; visitou sala por sala onde estavam sendo aplicadas as redações e saudou os alunos.
“O concurso teve o objetivo de trazer o tema ‘combate à corrupção’ para dentro das escolas, para debate entre os estudantes. O problema é complexo e não vai ser resolvido apenas pelas instituições. É preciso que a sociedade esteja engajada, não só mudando comportamentos, mas também exercendo o controle social”, afirmou, avaliando a ação como positiva.
Alcance e resultado positivos
Outros representantes também visitaram escolas acompanhando o processo. Jocelino Mendes da Silva Junior, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), visitou a Escola Municipal Chico Xavier, no Jardim Oceania. “A ação foi muito bem recebida pelos diretores, professores e alunos dessa escola. As provas foram aplicadas em duas salas e verificamos que os estudantes estavam concentrados e a impressão que tivemos é que o concurso teve um alcance importante na comunidade escolar”, disse.
Já a chefe de gabinete da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Roseana Cunha, que também integra o Focco-PB, acompanhou os trabalhos nas escolas José Lins do Rego e Orlando Cavalcante Gomes, no Cristo Redentor. Os inscritos das duas escolas fizeram provas no prédio da segunda unidade. “Foi um trabalho muito positivo. Serviu para alavancar uma nova ideia entre os participantes, um outro olhar em relação ao combate à corrupção. É um trabalho de formiguinha, mas que já traz um resultado bem positivo”, disse.
Consciência e controle social
O diretor da Escola Horácio de Almeida, Jhonatan Silva, falou da experiência que foi para a escola com o maior número de alunos inscritos no concurso de redação: “É gratificante não só pela premiação, mas sim pelo conhecimento, a prática, o exercício da escrita e da leitura, que constitui uma redação. Pra nós, foi muito importante ter trabalhado o tema ‘combate à corrupção’, mostrando aos alunos que precisamos nos policiar e trazer à consciência que um simples ato nosso de passar num sinal vermelho é corrupção. Na escola, prezamos pela prestação de contas. Damos transparência a quanto custa a merenda que é servida, o papel que é usado… Quando você começa desde cedo a trabalhar esse tema entre os alunos, forma cidadãos mais conscientes”, disse.
Premiação
O concurso vai premiar as quatro melhores redações do ensino médio (a categoria teve 1.837 inscritos de 42 escolas) e os dois melhores trabalhos dos alunos do ensino fundamental (foram 296 inscritos de sete escolas). Todos receberão bolsas de estudo do Zarinha Centro de Cultura e smartphones doados pela construtora Alliance, patrocinadores do evento. A premiação será entregue em audiência pública marcada para o dia 12 de dezembro, no Centro Ariano Suassuna, prédio anexo ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), em Jaguaribe.