MDB aprovou nesta quinta-feira (2) a candidatura de Henrique Meirelles à Presidência da República. O partido confirmou o nome do ex-ministro da Fazenda na corrida ao Palácio do Planalto durante convenção nacional, em Brasília.
O resultado da votação foi anunciado pelo presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR). Segundo ele, a candidatura de Meirelles recebeu 357 votos dentre 419 votantes – 85% do total. Houve 56 votos contrários e seis brancos, informa reportagem do G1.
Em discurso durante a convenção do MDB, Meirelles disse que seu objetivo é resgatar o espírito de confiança do país e alfinetou, sem citar nomes, os concorrentes na disputa ao Planalto.
“A minha candidatura tem um objetivo principal: resgatar o espírito de confiança no Brasil. […] Eu pergunto como e quem deve e tem condições e a capacidade para resgatar a confiança do país”, afirmou.
“O Brasil precisa de um messias, que veste-se com uniforme de salvador da pátria? Não. Nem de um líder destemperado, tratando o país como se fosse seu latifúndio. E nem eternos candidatos a presidente. […] Essas ofertas que os eleitores têm hoje só aumentam a desconfiança no Brasil e nas instituições”, concluiu.
O encontro que oficializou a candidatura de Meirelles reuniu lideranças tradicionais do MDB, entre as quais, o presidente Michel Temer e o ex-presidente José Sarney.
Nome do vice
O MDB confirmou Meirelles sem definir o nome do vice na chapa. Segundo Romero Jucá, a escolha será tomada até segunda-feira (6) por uma comissão da sigla. Ele é um dos integrantes do grupo. O resultado da convenção também autorizou a executiva nacional do MDB a definir coligações com outros partidos.
Meirelles admitiu que seu vice poderá ser do próprio MDB. Questionado se a senadora Marta Suplicy (MDB-SP) é uma possível vice, ele disse que não estava discutindo nomes no momento.
Candidatura
A candidatura de Meirelles é a primeira do MDB desde 1994, quando o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, disputou sem sucesso a corrida presidencial.
Meirelles vai concorrer à Presidência pela primeira vez. Ele se filou ao MDB em abril para disputar a sucessão de Temer, que cogitou tentar a reeleição, mas desistiu. Meirelles era filiado ao PSD quando trocou de partido.
Apesar da vitória na votação, escolha de Meirelles foi criticada por integrantes do partido, como os senadores Renan Calheiros (AL) e Roberto Requião (PR). Renan defendeu que o partido não lançasse um candidato próprio. Em entrevista, ele afirmou que a candidatura de Meirelles é “ridícula”.
“O MDB é competitivo em vários estados, temos os melhores governadores no ponto de vista da avaliação, nós não podemos submetê-los a essa ridícula candidatura do Meirelles”, disse Renan.
Meirelles disse que as críticas não o incomodam e que ele tem confiança que vai melhorar o desempenho nas pesquisas, tendo sucesso na eleição.
‘Pigmeu político’
Em discurso no evento do partido, o presidente Michel Temer criticou candidatos que “não têm projeto” e “vão para a baixaria”. Segundo Temer, o MDB não é um “pigmeu político”; é “feito de gigantes”.
“Eu vejo, meus amigos, os candidatos, nem quero mencionar, pobres coitados, que na verdade como não têm projeto, então, me permitam a expressão, vão para ‘baixaria’. Provocações. Pobre coitado. Pigmeu político. Nós não somos pigmeus. E o MDB é feito de gigantes, e o gigante que vai nos conduzir é o Meirelles”, disse o presidente.
Temer disse, ainda, que Henrique Meirelles tem o projeto de levar adiante “grandes reformas” que o governo dele começou.
“Olha aqui, Meirelles. Se em dois anos de governo nós conseguimos realizar tudo aquilo que o vídeo mostrou, e tendo você à frente da economia, portanto você foi a figura principal do governo. Se em dois anos nós conseguimos fazer, imaginem, meus amigos do MDB, o que o Meirelles fará em 4 anos, talvez em 8 anos. Fará uma coisa extraordinária”, disse.
Michel Temer falou, ainda, sobre o papel MDB na história do país. “O MDB sempre esteve à disposição do país. Quando nós precisamos recuperar a democracia, quando precisamos constituir um novo estado, quem é que esteve à frente dos acontecimentos? Foi o MDB”, afirmou.