Em entrevistas nestes dias, perguntado se a mulher, Ana Cláudia, poderia ser candidata à vice-governadora na chapa de João Azevedo, o deputado federal Veneziano Vital do Rego (PSB) foi enfático na negativa. Não, não havia qualquer possibilidade.
Não foi a primeira vez que Veneziano rechaçou a possibilidade de a mulher ser candidata vice-governadora. Tem refutado sempre, desde que se iniciou este período chamado de pré-campanha eleitoral.
Ana Cláudia é candidata à deputada federal desde o instante em que Veneziano decidiu ser candidato a senador pelo PSB. Na verdade, a candidatura da mulher foi uma das condições impostas pelo ex-cabeludo para aventurar-se na disputa para o Senado. Outra foi o total respeito às bases que ele já havia conquistado para sua reeleição.
Em outras palavras, Veneziano Vital do Rego aceitou o convite do governador Ricardo Coutinho para ser candidato a senador com a garantia de que sua vaga na Câmara Federal seria preservada, inteiramente preservada para ser ocupada pela própria mulher, Ana Cláudia.
Dá para se afirmar que não há novidade no procedimento. Ouros já fizeram o mesmo e a família Vital do Rego tem histórico de reservas de cargos políticos para a própria casa. Nas eleições de 2010, Vital do Rego era deputado federal e foi lançado candidato a senador. A mãe, Nilda Gondim, foi então lançada para a Câmara Federal para ocupar a vaga do filho. Já Veneziano Vital do Rego era prefeito de Campina Grande. A família toda ficou bem acomodada.
Em 2014, Vital do Rego era senador e foi candidato a governador, o irmão Veneziano Vital do Rego foi eleito deputado federal no lugar da mãe, Nilda Gondim, e esta, por sua vez, foi eleita primeira suplente de senadora. Mais uma vez, a família ficou toda bem acomodada.
Mas não é essa prática muito peculiar de acomodação familiar em cargos públicos que leva Veneziano a não deixar que a mulher Ana Cláudia seja candidata à vice-governadoria. É medo. Na verdade, ao exigir a manutenção de suas bases e impor a candidatura da mulher a deputada federal, Veneziano demonstra claramente que não acredita no projeto político do PSB, que não acredita na vitória de João Azevedo.
Se acreditasse, não exigiria a reserva de cadeira na Câmara Federal para a mulher. O que ocorre, então – e não existe outra conclusão-, é que, com medo de perder, Veneziano escalou a mulher Ana Cláudia para uma candidatura segura. Simples assim.