O PSOL confirmou no último sábado (21), durante convenção em São Paulo, a escolha de Guilherme Boulos como candidato à presidência da República nas eleições de outubro. É a primeira vez que o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) concorre ao cargo. A chapa será composta por Sônia Guajajara, que será a candidata à vice-presidência.
Durante o evento, Boulos disse que pretende implementar uma política habitacional para desapropriar prédios vazios e distribuir a pessoas sem teto. Ele também afirmou pretender, caso eleito, implementar a reforma agrária no país.
O presidenciável também abordou temas polêmicos: disse que pretende descriminalizar drogas e o aborto e desmilitarizar a polícia, informa publicação do Congresso em Foco.
A jornalistas presentes no evento, Boulos também defendeu a candidatura do ex-presidente Lula (PT). Nós defendemos o direito do Lula ser candidato porque entendemos que foi vítima de condenação injusta e sofreu uma prisão política. O PT tem o seu candidato e é o Lula”, disse ele.
Guilherme Boulos nasceu na capital paulista, tem 35 anos, é filho de dois médicos e professores da Universidade de São Paulo (USP). É filósofo formado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, na qual ingressou no ano 2000. Também é psicanalista, professor e escritor. Sua vida política começou em 1997, aos 15 anos, quando ingressou no movimento estudantil como militante na União da Juventude Comunista (UJC). Depois conheceu o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual é coordenador.
Sônia Guajajara é índigena e faz parte do povo Guajajara/Tentehar, da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Filha de pais analfabetos, ela deixou suas origens pela primeira vez aos 15 anos, quando recebeu ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai) para cursar o ensino médio em Minas Gerais. Depois, voltou para o Maranhão, onde se formou em Letras e Enfermagem e fez pós-graduação em Educação Especial. Militante indígena e ambiental já lutou contra projetos que ameaçavam o meio ambiente, ganhando projeção internacional pela luta travada em nome dos direitos dos índios e voz ativa no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).