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Pelo menos 80 deputados trocam de legenda durante a janela partidária

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Levantamento do G1 mostra que, pelo menos, 80 deputados federais aproveitaram o período conhecido como janela partidária para mudar de partido (veja a lista ao final da reportagem).

O levantamento não leva em consideração detentores de mandato que estão fora do exercício parlamentar, ou seja, não estão na entre os 513 parlamentares que, atualmente, compõem a Câmara.

A janela partidária é um período de 30 dias, previsto em lei, em que deputados federais e estaduais podem mudar de partido sem a possibilidade de perder o mandato por infidelidade partidária.

O prazo terminou na última sexta-feira (6), mas os partidos têm até a sexta (13) desta semana para comunicar os novos filiados à Justiça Eleitoral.

A lista com todos os filiados em cada partido deverá ser divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 18 deste mês. A filiação partidária é um dos requisitos para o registro de candidatura para a eleição.

Enquanto isso, a Câmara dos Deputados mantém um balanço parcial das mudanças informadas diretamente à casa legislativa.

Ao trocar de sigla, os parlamentares e partidos miram as eleições de 2018. Mas, além das questões eleitorais, as mudanças alteram o tamanho das bancadas com representação na Câmara, provocando efeitos já nos trabalhos da Casa.

Nas discussões e votações, o tamanho da bancada é o critério, por exemplo, para o tempo de discurso dos líderes, para a apresentação de destaques e de requerimentos de urgência.

Nas comissões, o tamanho das bancadas é critério para a composição dos colegiados. Por isso, a expectativa é de que, depois de terminada a janela, seja aprovada uma resolução reorganizando o espaço dos partidos nas comissões de acordo com o número de deputados que cada um tem na Casa.

Entre outros motivos para as mudanças partidárias, estão recursos para campanhas eleitorais e afinidade programática.

Além disso, as disputas locais mobilizaram os deputados, que, em alguns casos, trataram a questão de forma pragmática e negociaram a sua ida de acordo com as alianças no estados.

Perdas e ganhos

Segundo o levantamento, o MDB foi o partido que mais perdeu deputados durante o período. Foram, pelo menos, 16 perdas no partido do presidente da República Michel Temer.

O PSB, que recentemente contou com a filiação do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, soma, ao menos, 10 perdas.

O Solidariedade, com pelo menos 6 perdas, completa o ranking dos que mais tiveram debandada de parlamentares.

Por outro lado, o DEM, partido a que é filiado o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi reforçado por 14 deputados. PSL (8), partido para o qual migrou o pré-candidato ao Planalto Jair Bolsonaro (RJ), e PR (7) ocupam, respectivamente, a segunda e a terceira posição na lista dos que mais ganharam.

Questões locais

Waldir Maranhão (MA), que estava no Avante, confirmou a sua ida ao PSDB. Ele disse que tentou negociar com o PT, mas que o partido não o quis. Acabou, então fechando com os tucanos.

Questionado sobre por que articulou com dois partidos que estão em posições opostas do espectro político, o parlamentar disse que levou em conta o que será melhor para o seu estado e que irá apoiar o pré-candidato tucano ao governo estadual.

“O PT do Maranhão não me quis. Agora, não é hora de olhar para o para-brisa. Estou pensando no meu Maranhão. E vou fechar com o [senador] Roberto Rocha [pré-candidato ao governo estadual]”, afirmou o deputado.

Disputas locais também foram o que levaram Aníbal Gomes, do Ceará, para o DEM. “A legenda do DEM aqui está bem apetitosa. Nada contra o meu partido [MDB], mas é uma questão de coligação”, disse.

Ele informou que o DEM irá apoiar o PDT. Ele garantiu que, no seu caso, a questão dos recursos para a campanha não foi levada em conta. “Nem sei quanto é que o DEM vai poder passar”, afirmou.

Bancadas

Ainda não é possível dizer quais partidos ficaram com as maiores bancadas na Câmara após o período da janela partidária. Isso porque:

  1. O atual número de deputados em cada partido, disponível no site da Câmara, considera somente as trocas comunicadas até o momento para a Secretaria-Geral da Casa (ou seja, outras mais ainda serão informadas oficialmente);
  2. o levantamento do G1 não considera secretários e ministros que vão reassumir o mandato;
  3. a lista de trocas da Secretaria Geral inclui quem está licenciado do mandato, ou seja, não é considerado para efeito de tamanho de bancada.

Legislação

A legislação eleitoral determina que os parlamentares só podem mudar de legenda nas seguintes situações:

  • Incorporação ou fusão do partido;
  • criação de novo partido;
  • desvio no programa partidário;
  • grave discriminação pessoal.

Mudanças de legenda sem essas justificativas podem levar à perda do mandato. A reforma Eleitoral de 2015 incluiu nas normas eleitorais a janela partidária – período de 30 dias que antecedem o último dia de prazo para a filiação partidária – a seis meses da eleição.

DEPUTADOS QUE TROCARAM DE PARTIDO NA JANELA

DEPUTADO SAIU DE FOI PARA
Adail Carneiro (CE) PP Podemos
Adilton Sachetti (MT) sem partido PRB
Alexandre Serfiotis (RJ) MDB sem partido
Alfredo Kaefer (PR) PSL PP
Altineu Côrtes (PR) MDB PR
André Amaral (PB) MDB PROS
Aníbal Gomes (CE) MDB DEM
Arnaldo Faria de Sá (SP) PTB PP
Arolde de Oliveira (RJ) PSC PSD
Arthur Oliveira Maia (BA) PPS DEM
Benjamin Gomes (PB) SD MDB
Beto Mansur (SP) PRB MDB
Bilac Pinto (MG) PR DEM
Bonifácio de Andrada (MG) PSDB DEM
Cabo Daciolo (RJ) Avante PEN/Patriotas
Cabo Sabino (CE) PR Avante
Carlos Henrique Gaguim (TO) Podemos DEM
Carlos Manato (ES) SD PSL
Celso Pansera (RJ) MDB PT
Chico D’Angelo PT PDT
Cícero Almeida (AL) Podemos PHS
Clarissa Garotinho (RJ) PRB PROS
Conceição Sampaio (AM) PP PSDB
Dâmina Pereira (MG) PSL Podemos
Daniel Coelho (PE) PSDB PPS
Danilo Forte (CE) DEM PSDB
Delegado Francischini (PR) SD PSL
Delegado Waldir (GO) PR PSL
Diego Garcia (PR) PHS Podemos
Dr. Jorge Silva (ES) PHS SD
Eduardo Bolsonaro (SP) PSC PSL
Elizeu Dionizio (MS) PSDB PSB
Evair de Melo (ES) PV PP
Fernando Coelho Filho (PE) PSB DEM
Flavinho (SP) PSB PSC
George Hilton (MG) PSB PSC
Givaldo Carimbão (AL) PHS Avante
Givaldo Vieira (ES) PT PCdoB
Heráclito Fortes (PI) PSB DEM
Herculano Passos (SP) PSD MDB
Hugo Leal (RJ) PSB PSD
Hugo Motta (PB) MDB PRB
Jaime Martins (PB) PSD PROS
Jair Bolsonaro (RJ) PSC PSL
Jefferson Campos (SP) PSD PSB
João Fernando Coutinho (PE) PSB PROS
João Paulo Kleinubing (SC) PSD DEM
José Reinaldo (MA) sem partido PSDB
Josi Nunes (TO) MDB PROS
Junji Abé (SP) PSD MDB
Laércio Oliveira (SE) SD PP
Laudívio Carvalho (MG) SD Podemos
Laura Carneiro (RJ) MDB DEM
Lincoln Portela (MG) PRB PR
Luana Costa (MA) PSB PSC
Luiz Carlos Ramos (RJ) Podemos PR
Major Olimpio (SP) SD PSL
Marcelo Álvaro Antonio (MG) PR PSL
Marcelo Matos (RJ) PHS PSD
Maria Helena (RR) PSB MDB
Marinaldo Rosendo (PE) PSB PP
Misael Varella (MG) DEM PSD
Osmar Serraglio MDB PP
Pastor Eurico (PE) PHS PEN/Patriotas
Pastor Marco Feliciano (SP) PSC Podemos
Pedro Paulo (RJ) MDB DEM
Professor Victório Galli (MT) PSC PSL
Roberto de Lucena (SP) PV Podemos
Roberto Sales (RJ) PRB DEM
Rodrigo Pacheco (MG) MDB DEM
Ronaldo Fonseca (DF) PROS Podemos
Sergio Zveiter (RJ) Podemos DEM
Soraya Santos (RJ) MDB PR
Tenente Lúcio (MG) PSB PR
Uldurico Junior PV PPL
Veneziano Vital do Rêgo (PB) MDB PSB
Vicente Arruda (CE) PDT PR
Vitor Valim (CE) MDB PROS
Waldir Maranhão (MA) Avante PSDB
Zenaide Maia (RN) PR PHS

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Para construir aliança ampla e eleger Hugo Motta, Arthur Lira se esquiva de debate sobre aborto

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O deputado federal paraibano Hugo Motta (Republicanos) está sendo utilizado como “desculpa” para que o atual presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília, Arthur Lira (PP-AL), possa se esquivar do debate sobre aborto que voltou à tona nesta semana a partir da aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe acabar com a prática legal legal no Brasil.

A PEC foi aprovada na quarta-feira (27/11) pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados por 35 votos a 15.

A tática utilizada por Arthur visa manter o apoio do Governo e dos demais quadros políticos que são contra a proposta do fim do aborto legal e que podem prejudicar o projeto de Arthur e Motta.

Atualmente, a Constituição já assegura a todos os brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, mas não há uma definição do momento em que esse direito começa a vigorar.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 164/12, dos ex-deputados Eduardo Cunha (RJ) e João Campos (GO), estabelece, como lembra a Agência Câmara, que o direito à vida será considerado a partir da concepção do feto.

Na prática, o texto proíbe o aborto em casos hoje autorizados em Lei. No Brasil, o procedimento só é permitido em três situações: risco de morte para a gestante, gravidez resultante de estupro e anencefalia fetal (má-formação do cérebro).

A relatora, deputada Chris Tonietto (PL-RJ), havia apresentado parecer favorável à PEC no último dia 13. “A expressão ‘desde a concepção’ é um fato científico, em 1988 não se colocou porque era redundante falar disso”, argumentou a relatora.

Com a decisão da CCJ, a PEC 164/12 seguirá agora para análise de uma comissão especial e, depois, do Plenário da Câmara. Para ser aprovado no Plenário, o texto precisará dos votos favoráveis de pelo menos 308 parlamentares, em dois turnos.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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Associação dos Tribunais de Contas e Efraim debatem reformas do processo administrativo

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O presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Edilson Silva, e o vice-presidente de Relações Político-Institucionais, Cezar Miola, participaram de um encontro com o senador Efraim Filho (União Brasil), nesta quarta-feira (27/11), no Senado Federal. Na pauta, o Projeto de Lei 2481/2022, que reforma o processo administrativo, e o PLP 141/2024, que propõe mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal.

A Atricon apresentou uma Nota Técnica contendo sugestões de alteração no texto do PL 2481/2022, que trata da reforma do processo administrativo. As discussões concentraram-se na proteção da autonomia dos Tribunais de Contas, essencial para a independência no exercício do controle externo. Entre as contribuições, a entidade propôs que a Lei do Processo Administrativo (LPA) se aplique, fora do Poder Executivo, somente às funções administrativas não finalísticas (atípicas). Essa sugestão foi incorporada pelo senador Efraim Filho, relator do projeto, ao relatório legislativo.

Efraim destacou o papel da Atricon no aprimoramento do projeto. “Que fique registrado para eventuais debates jurídicos: os Tribunais de Contas foram a entidade que mais se debruçou sobre esse tema, de forma acertada, para se resguardar. […] Em nome da presidência da Atricon, também foi acolhida essa demanda trazida por eles”, informou.

Já sobre as alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, previstas no PLP 141/2024, o objetivo é definir casos em que os valores de parcerias ou contratações firmadas pelo poder público não serão contabilizados no limite de despesas com pessoal.

 

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Comissão aprova projeto que reduz contribuição previdenciária de policial militar inativo e pensionista

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A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (27/11), o Projeto de Lei 1451/23 que restringe a incidência da contribuição previdenciária de policiais e bombeiros militares inativos e pensionistas apenas ao que exceder o teto do Regime Geral de Previdência Social, hoje de R$ 7.087,22.

Em razão da reforma do sistema de proteção social dos militares realizada em 2019, a alíquota da contribuição de ativos e inativos para pensões militares aumentou de 7,5% para 10,5% da remuneração total. Pensionistas de militares, antes isentos, passaram a recolher pelo menos 10,5% do benefício total.

“Faz justiça com os veteranos da Polícia e Bombeiro Militar que tanto contribuíram com a sociedade brasileira, mesmo com o risco da própria vida para pagar previdência só o que passar do teto do INSS, como era antes”, disse o autor da proposta, deputado federal Cabo Gilberto (PL).

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo, já sendo aprovado pelas comissões de Segurança, Previdência, Finanças e Tributação, e agora será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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