Voltar ao patamar de produção de 60 milhões de toneladas de cana/safra e recuperar 60 mil postos de trabalho, ao longo de três anos, beneficiando vários estados do Nordeste, do Rio Grande do Norte até a Bahia, e direta e indiretamente, cerca de 6 milhões de habitantes. Essas questões estão contempladas no projeto Renovar que foi apresentado nesta segunda-feira (02), pelo consultor da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Gregório Maranhão, durante reunião realizada em Recife. Políticos, representantes da iniciativa privada e pública, além de dirigentes do setor canavieiro participaram do evento, que aconteceu na sede da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).
O presidente da Unida e da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, lembra que a redução da produção canavieira do Nordeste, que caiu de 60 milhões de toneladas para 40 milhões nos últimos anos, não impacta somente na cadeia produtiva, mas na economia e desenvolvimento da região e que o Renovar é uma saída viável para reverter essa situação. “Esse projeto busca a recuperação de 300 mil hectares de cana, oportunizará a criação de 60 mil empregos por ano, ao longo de três anos, em toda área da zona canavieira do Nordeste, com um investimento de R$ 90 milhões/ano para todos os estados, montante que é bastante viável de ser custeado a partir de uma parceria público/privada”, destaca José Inácio.
O consultor e autor da proposta, Gregório Maranhão, durante sua apresentação, lembrou que o projeto ao mesmo tempo em que propõe revitalizar a cultura canavieira nordestina, que é um importante sustentáculo da região, também contempla duas grandes e importantes questões da atualidade que dizem respeito ao combate ao desemprego e melhoria dos indicadores de segurança pública. “Temos hoje 12 milhões de desempregados e problemas graves com segurança pública que advém desta mazela social de desocupação. Com a implantação do Renovar, serão criados 60 mil postos de trabalho por ano, ao longo de três anos, imagina o que significa isso para a reagião”, destacou Gregório.
Ainda segundo o consultor, o projeto é muito viável. “O montante a ser investimento pelo poder público para a implementação do Renovar é baixo ao considerar os benefícios sociais que oportunizará através da elevação dos índices de empregabilidade e, consequentemente, da melhoria da própria segurança pública”, explicou Gregório, lembrando que a estrutura do Projeto não prevê o repasse de recursos aos produtores, mas a distribuição de kits de renovação por hectare composto de mão de obra e insumos agrícolas (herbicidas, calcário, fertilizante, etc).
O secretário estadual de Agricultura de Pernambuco, Wellington Batista, também participou do evento, juntamente com os presidentes do grupo EQM, Eduardo Monteiro, e do Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool do Estado (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, além do presidente da AFCP, Alexandre Lima e prefeitos da zona da mata pernambucana.