Vender, comprar, produzir e trabalhar em parceria, sendo ao mesmo tempo executor e proprietário do negócio. A economia solidária tem sido uma chave propulsora para a geração de renda no Brasil. Atividades econômicas desenvolvidas no campo e na cidade organizam trabalhadores coletivamente, promovendo transformações na vida de pessoas que, muitas vezes enfrentam situação de vulnerabilidade. Segundo dados da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho (Senaes), o Brasil contabiliza 20.529 empreendimentos do setor.
O ministro interino do Trabalho, Helton Yomura ressalta que o número de empreendimentos de economia solidária no país é maior do que o registrado. “Os mais de 20 mil empreendimentos são os que possuem registro no Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (Cadsol). No entanto, não é obrigatório ser cadastrado. Por isso, há uma estimativa de que a atividade seja ainda mais abrangente”, explica o ministro.
Além dos Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) cadastrados, há no Cadsol hoje mais 4.154 pedidos de análise. O que pode significar um aumento de 20,2% no número de empreendimentos cadastrados. Helton Yomura ressalta que o Governo Federal não tem como deixar de atender esse público importante para a geração de emprego e renda. “O Ministério do Trabalho vem desenvolvendo e atuando em uma série de ações para impulsionar as atividades de economia solidária e beneficiar também os empreendedores”, detalha.
A afirmação de Yomura é baseada não apenas em números, mas também em casos como o de Aline Sousa da Silva. Ela começou aos 14 anos para ajudar a avó e faz parte da terceira geração de catadores de sua família. Hoje, promove o sustento dos cinco filhos por meio da atividade e preside a Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF e Entorno (Centcoop). A cooperativa reúne 24 empreendimentos e beneficia cerca de 3 mil pessoas.
Antes de chegar à presidência da Centcoop, Aline passou por diversos desafios na área de reciclagem. Para ela, o incentivo do Governo Federal foi essencial para o crescimento da economia solidária. “Influencia não só na minha vida, mas no dia a dia de muitos catadores. A Economia Solidária faz as pessoas perceberem que é preciso somar para conquistar mercado. Esse apoio do Ministério do Trabalho é fundamental e funciona como uma âncora de fortalecimento”, explica ela.
Aline ressalta que as políticas públicas também são importantes para que os atores dos EES entendam como funciona a linha de frente dos negócios e a conjuntura econômica do país. “Podemos mudar a trajetória de muitas pessoas e mostrar um ótimo resultado na economia popular”, conclui.
Entenda a economia solidária
O que é?
É um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Enquanto na economia convencional existe a separação entre os donos do negócio e os empregados, na economia solidária os próprios trabalhadores também são donos.
Quem faz parte?
Organizações coletivas e suprafamiliares, ou seja, compostas por mais de duas pessoas que não pertençam à mesma unidade familiar. Podem ser do meio urbano ou rural.
Quem apoia?
Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) do Ministério do Trabalho.
Números da economia solidária no Cadsol:
EES cadastrados: 20.529
EES em análise: 4.154
EES em análise pelas comissões locais de cadastro (comissões é um grupo formado pela sociedade civil e governo para certificar se uma inscrição é ou não um EES): 190.
Curiosidades:
Segundo relatório do Ipea, publicado em 2016, a maioria do quadro social dos empreendimentos é composto por homens (56,4%), contra 43,6% de mulheres.
Mais informações sobre economia solidária:
http://trabalho.gov.br/trabalhador-economia-solidaria