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Paraíba

Municípios da Paraíba não atendem política nacional de resíduos sólidos

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Nenhum município da Paraíba dá a destinação e o tratamento adequados ao lixo produzido. As 223 cidades do Estado ainda não conseguiram atender a todas as exigências da Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Enquanto os municípios postergam o cumprimento da legislação, em 85% das cidades ainda possuem lixões, locais que agravam as condições ambientais e sociais da população, informa reportagem de Bárbara Wanderley, do Jornal Correio.

As informações são do Ministério Público Estadual (MPPB), órgão que acompanha o cumprimento da PNRS, e que já concentra 150 ações civis públicas decorrentes da falta de ações para o tratamento correto do lixo. Conforme o 1º promotor de Justiça do Meio Ambiente e do Patrimônio Social da Capital, José Farias, do total de municípios paraibanos, apenas 30 não depositam lixo a céu aberto e outros 14 têm aterros sanitários operando com licença atualizada e regularizados perante as normas, de acordo com dados da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema). Mesmo os que possuem aterro, como João Pessoa, estão em desacordo com a lei por não possuírem coleta seletiva, segundo o promotor. Segundo José Farias, em frente ao aterro sanitário de João Pessoa, já se formou outro lixão.

O prazo estipulado pela lei para a regularização da coleta e descarte dos resíduos expirou em 2 de agosto de 2014, de acordo com a assessoria de comunicação do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ainda segundo o órgão, já foram apresentadas algumas propostas de prorrogação dos prazos da Lei 12.305/2010, mas até o momento nenhuma foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República.

O município de Mamanguape, a 60 km de distância de João Pessoa, é um dos que ainda mantêm lixão. Isolado em uma região rural erma, a qual só se tem acesso por estrada de barro, um grande terreno recebe diariamente o lixo coletado na cidade, que é despejado pelos caminhões de forma desordenada.

Apesar do forte mau cheiro e o ambiente insalubre, as moscas e urubus não são os únicos frequentadores do local. Catadores de recicláveis passam seus dias ali, em barracos improvisados feitos a partir a partir do próprio lixo.

Josildo Batista de Assis, que há nove anos coleta lixo na área, contou que cerca de 30 pessoas trabalham diariamente no lixão. A maior parte delas são cortadores de cana-de-açúcar, que devido à sazonalidade do trabalho nas plantações e usinas, precisam de outra fonte de renda na metade do ano em que não estão nas plantações.

“A gente vai juntando o reciclável aqui e na sexta-feira o caminhão pega. Recebe pelo peso”, explicou João Paulo Ferreira Batista, de 19 anos, que há cerca de três anos trabalha na coleta ajudando o sogro.

O pagamento, entretanto, não dá para muita coisa. “Dá pra fazer uma feirinha em uma semana, na outra a gente já tem que pedir emprestado. É como trocar lixo por comida, só dá pra comer mesmo”, afirmou Josildo.

A higiene é inexistente. Nenhum dos catadores usa luvas. Para proteger os pés, Josildo usa duas galochas de modelos diferentes, encontradas no próprio lixão. “Antigamente a prefeitura dava luva, a gente tinha um cadastro, hoje em dia esqueceram da gente. Essa galocha cacei por aqui mesmo, achei uma aqui e a outra lá fora, uma de cada cor”, disse.

Josildo também afirmou que a prefeitura costumava disponibilizar um ônibus para levar e trazer os catadores, mas atualmente todos vão a pé e alguns inclusive, só saem de lá à noite. A estrada não possui iluminação.

Antônia Serafina da Silva era a única mulher entre um grupo de cerca de 15 homens, quando a reportagem chegou ao local. Ela contou que sobrevive do lixo há 11 anos. “Meu marido trabalha seis meses na usina e seis meses aqui. Eu fico só aqui mesmo, não tenho outra coisa”, contou.

Planos

O secretário de Meio Ambiente, Defesa Civil e Recursos Hídricos de Mamanguape, Gemerson Roque, afirmou que em novembro do ano passado a Prefeitura começou a elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico juntamente com o Plano de Resíduos Sólidos do município. Ele disse que, tão logo o plano esteja pronto, tentará viabilizar um consórcio com outros municípios do Vale do Mamanguape, já que a construção e manutenção de um aterro sanitário é muito onerosa para a cidade bancar sozinha.

Aterro custa mais de R$ 1 mi

O presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, afirmou que a problemática dos lixões é antiga e acompanhada pela instituição. Segundo ele, a solução não é fácil, pois depende de recursos financeiros. “Só para fazer o projeto de um aterro custa R$ 100 mil a R$ 200 mil, dependendo da cidade. Para executar já vai para R$ 1 milhão. Isso em um período de crise é complicado”, comentou.

Ele afirmou que em alguns municípios há a possibilidade de fazer um consórcio e as cidades que são próximas uma da outra, com menos de 50 km de distância, podem compartilhar o aterro. “Essa é uma questão que nos preocupa muito, porque se o prazo dado pelo Governo Federal não for prorrogado, os municípios serão penalizados. O Governo tem que liberar recursos, não adianta só fazer a lei”, disse Tota.

O secretário de Desenvolvimento e Articulação Municipal da Paraíba, Buba Germano, afirmou que a problemática do lixo é antiga e que já participou de diversas reuniões sobre o tema, tanto como secretário como no período em que foi presidente da Famup. Ele acredita que as prefeituras se preocupam com o tema, mas falta de recurso. “O modelo que funciona em alguns locais que já visitei, em São Paulo, é a Parceria Público-Privada”, afirmou.

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Expectativa: deputados devem reconduzir Adriano Galdino à Presidência da ALPB em Sessão nesta 3ª

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Uma nova eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) acontecerá nesta terça-feira (26/11). O pleito ocorre após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa e instituiu uma nova eleição para a Mesa.

A medida acontece após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada do deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) como presidente da Casa Legislativa seja oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, a antecipação da dita eleição fere “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

O parlamentar acredita que não haverá surpresas na recondução da Presidência da Assembleia e expressou confiança em eleição por unanimidade.

A permanência dos membros também tem aprovação do governador João Azevêdo (PSB). De acordo com o gestor, existe tranquilidade em relação ao tema, uma vez que, em reunião com o presidente da ALPB, já havia exposto o desejo de que a composição da Mesa Diretora continuasse da mesma forma.

Além de Galdino são componentes da atual Mesa Diretora da ALPB os deputados: Felipe Leitão, Cida Ramos e Taciano Diniz, Fabio Ramalho, Tovar Correia Lima, Eduardo Carneiro, Anderson Monteiro, Jane Panta, Sargento Neto, Galego de Sousa, Eduardo Brito e Júnior Araújo.

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Na 4ª: Jampa Innovation Day acontece em JP com presença de especialistas nacionais e internacionais

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A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) recebe, pela primeira vez, o ‘Jampa Innovation Day’, por meio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas (PPGEPS) e com parceria da ONZE19 Innovation Lab, RIS Potencializadora de Negócios e Projetos, We.Ease, e com o patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ). O evento ocorrerá no dia 27 de novembro, das 8h às 18h, no IlhaTech, situado na rua Sandoval de Oliveira, 22, Torre, João Pessoa/PB.

Os interessados em participar do evento devem ficar atentos: toda a comunidade acadêmica tem acesso gratuito até o dia 26 de novembro, mas estão com as últimas vagas para resgate de ingressos. Para garantir o ingresso, basta acessar o site oficial do evento e utilizar o e-mail institucional no momento da inscrição. Já para a comunidade externa, os ingressos possuem valores variados, que podem ser consultados no mesmo link.

O encontro tem como objetivo capacitar a comunidade universitária, empreendedores e líderes corporativos, abordando temas essenciais como inovação aberta, transferência de tecnologia, desenvolvimento e internacionalização de startups, e inovação socioambiental, trazendo ao palco especialistas nacionais e internacionais para um dia de networking e aprendizado de alto nível.

O Jampa Innovation Day destaca-se não apenas como um espaço para a troca de experiências enriquecedoras entre startups, empresas e instituições acadêmicas, mas também pelo seu compromisso com o impacto social. Todo o lucro arrecadado com a venda de ingressos será destinado à ONG Milagres do Sertão, contribuindo para a transformação das condições de vida de comunidades na Paraíba.

Para mais informações sobre a programação, cronograma do evento e organizadores, acesse a página do Jampa Innovation Day, bem como o perfil do evento no Instagram.

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Paraíba registra, neste ano, 1.544 nascimentos prematuros a menos que em 2022; veja

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Redação do Portal da Capital

Neste ano, a Paraíba registrou 5.427 nascimentos prematuros, um número inferior aos 6.971 registrados em 2022. A campanha Novembro Roxo, que visa a conscientização sobre a prematuridade, tem como tema em 2024 ‘Cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares’. No Brasil, 1 a cada 10 nascimentos ocorre antes das 37 semanas, colocando o país entre os dez com maior índice de partos prematuros no mundo. Em 2022, foram registrados 303.447 nascimentos prematuros, e os dados preliminares de 2023 indicam uma leve redução, com 303.144 casos. Até o momento, em 2024, foram notificados 245.247 partos prematuros.

Visando promover uma rede de apoio às famílias, o Ministério da Saúde lançou, em setembro último, a Rede Alyne, que atua para qualificar o cuidado materno-infantil e garantir atendimento integral às mulheres e recém-nascidos em todo o Brasil.

A prevenção do parto prematuro é essencial para a redução da mortalidade infantil e depende, principalmente, de um pré-natal de qualidade ofertado pela Atenção Primária à Saúde (APS), com acompanhamento contínuo pela Estratégia Saúde da Família (ESF) e encaminhamento à atenção especializada se detectada uma gestação de risco. Quando o nascimento prematuro ocorre, é fundamental que esses bebês recebam cuidados e acompanhamento rigorosos para reduzir a morbimortalidade neonatal.

De acordo com a coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens, Sonia Venancio, políticas públicas e protocolos bem estruturados são essenciais para proporcionar um cuidado de qualidade: “Com assistência neonatal qualificada, é possível melhorar as condições de saúde desses bebês, promovendo um início de vida mais seguro e saudável, o que impacta positivamente também as famílias e a sociedade como um todo”.

Embora muitos bebês prematuros se desenvolvam bem, o parto antes das 37 semanas pode expor o recém-nascido a diversas intercorrências devido à imaturidade de seus órgãos e sistemas. As principais complicações incluem dificuldades respiratórias, problemas cardíacos, gastrointestinais, de imunidade, oculares, auditivas e imaturidade no sistema nervoso central.

As principais causas para um bebê nascer de forma prematura envolvem condições maternas, gravidez na adolescência, histórico de parto prematuro, gravidez múltipla, estilo de vida que favoreça o parto prematuro, como o uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas, cuidados pré-natais inadequados e infecções. A realização de exames do pré-natal, como de imagem e de sangue, permite a identificação precoce de condições de saúde materna e fetal que podem ser tratadas para evitar complicações. Em situações de alto risco, como hipertensão e diabetes gestacional, o monitoramento especializado é essencial para reduzir o impacto dessas condições sobre a gestação.

Ações

A Rede Alyne oferece suporte a estados, municípios e ao Distrito Federal, com recursos direcionados para fortalecer o pré-natal, o atendimento durante a internação e o acompanhamento no pós-alta – essenciais para a prevenção de complicações associadas à prematuridade. O programa também promove o fortalecimento dos serviços de alto risco para gestantes e puérperas em situação de vulnerabilidade, que são os Ambulatórios de Alto Risco (Agar), bem como oferece incentivo financeiro para os ambulatórios dos bebês egressos de UTI Neonatal (A-SEG).

Outra iniciativa do Ministério da Saúde é o envio de assessores técnicos aos territórios para apoiar e monitorar as práticas de saúde, além de garantir a execução das políticas, como no caso da estratégia do Método Canguru – cuidado humanizado ao recém-nascido que fortalece o vínculo entre mãe e bebê e reduz complicações comuns em bebês prematuros e ou de baixo peso.

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