A Capital paraibana está em quinto lugar no Nordeste entre as cidades inteligentes e conectadas da região. O Ranking Connected Smart Cities, produzido por meio de metodologia própria e exclusiva pela Urban Systems em parceria com a empresa Sator, mapeia as cidades com maior potencial de desenvolvimento no Brasil. Dessa forma, João Pessoa é considerada uma cidade com grande potencial de investimentos econômicos, informa
reportagem do Correio da Paraíba.
De acordo com o secretário de Ciência e Tecnologia de João Pessoa (Secitec), Durval Ferreira, a capital vem evoluindo no Ranking Smart Cities. No quesito Meio Ambiente, por exemplo, a cidade pontuava em 20º lugar em 2016 e passou para o 4º em 2017, sendo a melhor posicionada do Nordeste. O ranking utiliza indicadores de onze setores para retratar a inteligência, conexão e sustentabilidade da cidade mapeada.
Para Ferreira, o fato de estar entre as cidades mais inteligentes e conectadas do Nordeste atrai investimentos de vários setores da economia.
“As empresas de tecnologia, por exemplo, que visam à estrutura das cidades, e os indicadores, que enaltecem um local como apto a receber empresas de tecnologia e inovação, podem escolher João Pessoa como sede”, comentou o secretário.
Meio Ambiente
De acordo com os dados mais recentes do ranking, dentre as cidades da região, João Pessoa está na primeira colocação no item Meio Ambiente e na terceira em Saúde. No ranking nacional, a capital alcançou a quarta posição no item. O ranking é composto por indicadores dos seguintes setores: mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo e governança.
Ainda conforme o ranking, outros destaques da capital paraibana são o atendimento urbano de água, com índice de 100%; a cobertura na coleta de resíduos urbanos, também com 100% de alcance; e 78% dos domicílios da cidade possuem arborização no seu entorno. “No Meio Ambiente, a Capital se destaca por desenvolver projetos que visam também à sustentabilidade.
Tornando cidade mais conectada
O empreendedorismo e a inovação são estratégias essenciais para o desenvolvimento de cidades inteligentes. No entanto, é necessário criar políticas públicas que propiciem a ascensão dos agentes criativos com o objetivo de dinamizar a economia e entender as condições que as cidades podem oferecer para atrair empreendedores.
O coordenador do INCT de Cidades Inteligentes da Universidade de São Paulo (USP), Fábio Kon, comentou sobre as possibilidades de efetivar parcerias entre startups de software e as colaborações entre empresas e os grupos de pesquisas em universidades. “Parcerias assim são a forma mais eficazes para se buscar inovações efetivas na sociedade e economia do Século 21, tornando uma cidade verdadeiramente empreendedora”, afirmou Kon.
A Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secitec, tem buscado recursos junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) desde o ano passado para a instalação de fibra óptica em toda a Capital, além de ampliar a rede de monitoramento por câmeras nos bairros, o projeto chamado Cidades Inteligentes.
“Os dois projetos estão orçados em cerca de R$ 14 milhões. O projeto que se refere à liberação de R$ 4 milhões para instalar fibra óptica em toda a cidade já teve metade dos recursos empenhados e o restante deve ocorrer até março. O projeto prevê que espaços e órgãos públicos passarão a contar com internet através de 260 quilômetros de fibra ótica. Escolas, praças, postos de saúde também serão beneficiados”, explicou o secretário Durval Ferreira.
Desafios de conseguir recursos para projetos
O conceito de prosperidade se resume à condição de constante desenvolvimento e progresso de determinada situação. Para desenvolver cidades prósperas, há diversos desafios para as prefeituras e, o maior deles, é o de angariar recursos para implementação de projetos fundamentais para o desenvolvimento da cidade. O planejamento, a definição de políticas claras, além de um plano detalhado desenhado por uma equipe multidisciplinar, são partes fundamentais para o desenvolvimento de um projeto de captação de recursos para que as cidades se tornarem prósperas e inteligentes.
Para o diretor de inovação e tecnologia da Prefeitura de Maringá, Franz Wagner Dal Belo, cujo case de sucesso percorre todo o país, a ligação entre as cidades colaborativas e o desenvolvimento urbano se dá na forma que a sociedade tem se unido para transformar e desenvolver as cidades em que vivem. Para ele, os cidadãosb passaram de um estado de “caridade” para de “solidariedade”.
“Numa primeira impressão, pode até parecer a mesma coisa. Porém, a solidariedade é mais horizontal. A sociedade está se unindo para transformar nossas cidades. A colaboração entra nesse contexto. Historicamente, sempre fomos colaborativos, mas ficamos ‘adormecidos’ por muito tempo e agora estamos vendo cada vez mais os cidadãos se juntando para resolver problemas comuns”, disse.
“O desenvolvimento urbano moderno obrigatoriamente passará por uma sociedade civil cada vez mais organizada, onde todos poderão exercer ‘nossos’ desejos de sermos produtivos para o mundo”, afirmou.