Apesar da idade avançada de vida e tempo de colaboração, os profissionais estão cada vez mais adiando a aposentadoria, para não ter perdas salariais e de padrão de vida.
Segundo o presidente da Associação dos Professores de Licenciatura Plena da Paraíba (APLP), Odenilson Medeiros, o salário dos professores é baseado em bolsas, porém essas não são incorporadas no salário do inativo e, consequentemente, há perdas quando deixa a sala de aula, informa
publicação do site Paraíba OnLine.
Ele informou que há profissionais do magistério que estão na ativa com mais de 65 anos, e a reclamação é a mesma.
– O governo anunciou que iria dobrar o piso do magistério de 2014, mas aumentou nas bolsas. Se professores quiserem se aposentar hoje perdem até 60% do salário. Temos cobrado do governo do Estado a incorporação dessas bolsas aos vencimentos, mas ele não quer saber disso – disse.
A situação também é igual para os policiais civis. O presidente da associação que os representa (Aspol), Valdeci Feliciano, lamenta a perda de 40% dos vencimentos quando o policial se aposenta, sofre algum acidente de trabalho ou fica doente.
Ele informou que o efetivo de policiais está ficando velho, pois os profissionais temem deixar o cargo para não terem perdas e, além disso, estão desmotivados para o trabalho, já que o salário também é considerado o pior do país.
– O policial civil tem perda de até 40% no salário, porque este é feito de gratificações como as bolsas desempenho, alimentação e de representação. Elas são retiradas dos salários quando o policial deixa a ativa. Os profissionais estão pensando duas vezes antes de se aposentar para não sofrer esse desajuste – disse.
Valdeci disse que o apelo da classe é a mesma dos professores para com o governo do Estado, de incorporar as gratificações também para os inativos.
Representante dos policiais militares, o deputado estadual da base do governador Ricardo Coutinho cabo Sérgio Rafael , disse que enfrenta dificuldades de contato com o governo para conversar sobre as reivindicações da classe e que foram promessa de campanha do socialista.
Segundo o deputado, quando um PM se aposenta, a perda salarial é de 35% a 45%, pois perde as bolsas que complementam o salário.
– Quem vai para a reforma, depois de mais de 30 anos de serviço, tem perdas salariais. É uma grande insatisfação por parte dos que fazem a segurança pública da Paraíba. Muitos estão velhos e doentes e não há regularização disso. O governador prometeu incorporar risco de vida, PCCR e outros benefícios, mas não foi cumprido. Não podemos negar essa insatisfação – reclamou.
Sérgio ressaltou que quando um PM se aposenta na Paraíba, o salário que fica recebendo é em torno de R$ 1.200 a R$ 1.500. Ele reclamou que não tem acesso ao governo do Estado para reivindicar as promessas feitas por Ricardo Coutinho.
– É uma política adotada no individualismo e que escuta apenas uma parte. É muito ruim para quem está na Assembleia e não tem sua demanda atendida. É muito constrangedor para o policial, muitos estão doentes e não podem sair do serviço, pois não podem deixar de sustentar a família. São forçados a permanecer no trabalho, porque não deixa de ser forçado, como era no tempo da escravidão – criticou.