Indicada para o Ministério do Trabalho pelo presidente Michel Temer (PMDB), a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) ganhou nesta terça-feira um puxão de orelha público do pai, o ex-deputado Roberto Jefferson. Depois do vídeo em que a parlamentar aparece ao lado de quatro homens sem camisa, em uma lancha, ironizando as ações trabalhistas das quais foi alvo, Jefferson afirmou que “uma figura pública deve se portar como uma figura pública”, segundo reportagem da Veja.
A declaração do ex-deputado, que é presidente nacional do PTB, foi feita em seu perfil oficial no Twitter. Roberto Jefferson também argumentou que políticos deveriam usar “ferramentas como o Facebook e o Instagram apenas em caráter institucional”. Foram os problemas de Cristiane na esfera trabalhista que levaram a Justiça a impedir que ela tomasse posse no cargo de ministra.
Sobre o vídeo, a repercussão fala por si. Também teve muita deturpação. Eram famílias no barco, havia crianças passando. Dito isso, penso que uma figura pública deve se portar como uma figura pública, e usar ferramentas como Facebook e Instagram apenas em caráter institucional.
Apesar de criticar a deputada federal, Jefferson fez uma ressalva para questionar os “trogloditas nas redes” e pedir “menos moralismo e menos machismo”, em virtude de comentários pejorativos ao vídeo. O caso envolvendo Cristiane Brasil foi mais um constrangimento para o governo, que tenta desde o início do mês nomear a parlamentar para a pasta, vaga desde a saída de Ronaldo Nogueira, em dezembro.
A deputada teve a posse barrada pela Justiça Federal em Niterói (RJ) por suposto conflito entre as prerrogativas do cargo de ministra do Trabalho e seus problemas com dois ex-funcionários. Em um dos casos, ela foi condenada a pagar pouco mais de 60.476 reais ao colaborador. Já na segunda ação, ela aceitou um acordo para pagar uma indenização de 14.000 reais, evitando outra condenação.
Após uma sucessão de recursos, o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a posse no último dia 22 em decisão monocrática da sua presidente, a ministra Cármen Lúcia. Com a volta do STF ao trabalho após o recesso, nesta quinta-feira 1º, o caso deve ter uma decisão definitiva, que ficará a cargo do plenário.