O presidente Michel Temer assume pessoalmente a articulação para a última tentativa do Governo de aprovar a reforma da Previdência na Câmara, segundo informação da rádio Jovem Pan.
Ele deu entrevistas, fez contatos políticos e tentou falar de forma simples, popular e de fácil compreensão sobre as dificuldades do Governo sem esta reforma.
A orientação foi de Silvio Santos, mas Temer não conseguiu relaxar, falar com naturalidade, nem abandonar os termos sisudos e técnicos.
Nesta segunda-feira (29), no programa do Ratinho, também no SBT, Temer voltou a afirmar que sem a reforma, a Previdência vai quebrar. Ele respondeu a perguntas do apresentador e a outras gravadas na rua, por cidadãos comuns.
“A previdência quebra. Você veja o caso da Grécia e de Portugal. Há pouquíssimo tempo, foi preciso fazer [nesses países] uma reforma da Previdência e cortar pensões de aposentados e vencimentos de servidores públicos porque tardaram muito a fazer a reforma”, disse Temer. “Nós estamos pensando em impedir uma reforma muito mais radical. Porque se não fizermos agora, daqui a dois, três anos no máximo, teremos uma reforma radical que vai prejudicar os aposentados”, completou.
A entrevista teve linguagem informal, típica do programa. O apresentador buscava uma resposta simples e direta. “Vai mudar alguma coisa para quem se aposenta por doença?”, perguntou Ratinho. “Não há nenhuma modificação em relação a esse tema. A aposentadoria por invalidez vai continuar da mesma maneira”, respondeu o presidente.
A uma pergunta de uma pessoa na rua, Temer disse que os aposentados e aqueles que já têm direito à aposentadoria não serão afetados pela reforma. Também respondeu que a reforma vai trazer igualdade de aposentadoria entre servidores públicos e inciativa privada, e também entre políticos e os demais trabalhadores.
Em seguida, fez um apelo à audiência do programa. “O que eu gostaria de pedir aos telespectadores é que mandem carta para deputado, senador, mostrando que é fundamental para a aposentadoria. O deputado vai fazer ecoar no Congresso a voz do povo. Se o povo estiver de acordo, ele se sente confortável para votar [a favor da reforma]”.
Agora, a negociação é política, e para atingir os 308 votos na Câmara, ele vai precisar negociar com cerca de 40 indecisos. O Governo tem de conseguir 308 votos em plenário, isso é o necessário para aprovar as mudanças na Previdência na Câmara.