As contas do governo registraram em 2017 um rombo de R$ 124,401 bilhões, resultado abaixo do teto estabelecido pela meta fiscal, que previa déficit primário máximo de R$ 159 bilhões, segundo reportagem de Lorenna Rodrigues e Eduardo Rodrigues, do Estadão.
O déficit primário é o resultado da arrecadação do governo federal descontados os gastos, exceto os juros de dívida. De acordo com os dados do Tesouro, divulgados nesta segunda-feira, 29, no ano passado o rombo correspondeu a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse dado, no entanto, é apenas uma estimativa, já que ainda não se tem o PIB fechado de 2017.
Como base de comparação, em 2016, o saldo das contas do governo registrou déficit de R$ 161,276 bilhões.
Dezembro. No último mês de 2017, as contas do Governo Central (que reúne saldo do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) ficaram negativas em R$ 21,168 bilhões, o melhor desempenho para o mês desde 2014. Em dezembro de 2016, o resultado havia sido negativo em R$ 62,446 bilhões.
Assim, o resultado de 2017 ficou melhor do que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 126,600 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast com 13 instituições financeiras.
O dado ficou dentro do intervalo das estimativas, que foram de déficit de 141,600 bilhões a R$ 111,594 bilhões.
Para dezembro, o resultado ficou dentro do intervalo colhido pela pesquisa e acima da mediana. As expectativas foram de déficit entre R$ 39,700 bilhões e R$ 9,675 bilhões, o que gerou mediana negativa de R$ 24,365 bilhões.
No ano. Em 2017, as receitas do Governo Central subiram 1,6% na comparação com 2016, enquanto as despesas aumentaram 2,5%.
O resultado de dezembro representa uma alta real de 14,5% nas receitas em relação a igual mês do ano anterior. Já as despesas tiveram queda real de 8,2%.