O movimento liberal Livres, que rompeu com o PSL após o acerto do partido com a pré-candidatura do deputado Jair Bolsonaro (RJ), anunciou nesta segunda-feira que não vai aderir a nenhum partido com vistas às eleições de 2018. O grupo divulgou que formará uma associação sem fins lucrativos e lançará, através de quatro legendas (PPS, Rede, Podemos e Novo), cerca de trinta candidatos à Câmara dos Deputados, de acordo com reportagem de Guilherme Venaglia, da Veja.
“Não estamos usando nenhum partido como barriga de aluguel. Temos compromissos fixos com esses partidos”, afirmou Paulo Gontijo, presidente interino do Livres.
A estratégia é semelhante à do Movimento Brasil Livre (MBL) que desde 2016 disputa eleições por legendas diversas. Apesar da preferência pelos partidos que tem “negociação avançada” com o Livres, o movimento não vai vetar outras adesões, com exceção da “extrema-esquerda e do PSL”, segundo Gontijo.
O foco do grupo será eleger os catorze integrantes aprovados no projeto RenovaBR, mantido por um grupo de empresários e que consiste no pagamento de bolsas e formação política à pré-candidatos. O projeto cedeu sua sede, em São Paulo, para que o Livres fizesse sua reunião de formalização e anúncio da nova posição.
Gontijo, no entanto, disse que a prioridade do movimento não é eleitoral. “Se o objetivo fosse simplesmente eleger pessoas, faria mais sentido permanecer em um partido que tem um candidato a presidente [Bolsonaro] que tem 20% das intenções de voto”, alegou.
Fundação
Disperso eleitoralmente, o Livres, que defende um aumento da liberdade individual na economia e nos costumes, se definiu como um “do thank“. De acordo com os fundadores, trata-se de um “think thank“, instituição de reflexão teórica, mas com projetos práticos.
Para tanto, pretendem executar ações de educação em comunidades carentes “pela igualdade de oportunidade” ao mesmo tempo que mantém a Fundação Índigo, instituição de formulação de políticas liberais liderado pela economista Elena Landau, ex-PSDB e uma das formuladoras do Plano Real.
Landau intermediou uma conversa do grupo com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), ocorrida no último sábado. Gontijo contou que a reunião ocorreu por um “interesse” de Alckmin em conhecer o movimento, “mas que não há negociação com o PSDB”.