No ano passado, os sindicatos do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo da Paraíba (Sindipetro) e dos Revendedores de Combustíveis de Campina Grande registraram juntos 1.485 assaltos a postos no Estado. No entanto, a quantidade pode ser ainda maior, de acordo com os sindicatos. Para barrar a ação dos criminosos, estabelecimentos contam com medidas de segurança como circuito de câmeras, segurança eletrônica, cofre e até grades após o fechamento do posto.
Segundo reportagem da jornalista Aline Martins, do Correio da Paraíba, quem trabalha diariamente como frentista relata a quantidade de vezes que foi vítima de assalto. “Foram 12 vezes. Já conheço logo quem vem assaltar. Na moto, porque geralmente é de moto que vem, eles só levantam a camisa e mostra a arma. A gente entrega. Tem uns que você vai atender para abastecer e eles dizem: ‘Completa’ e no final não pagam e ainda roubam. Me acostumei. Só tenho medo do quando eles são agressivos. Dos 12 assaltos, dois deles os assaltantes colocaram a arma na minha cabeça”, relatou, mas não quis se identificar.
As pessoas que abastecem seus veículos também ficam assustadas. “Realmente não tem como se sentir seguro. Eles abordam as pessoas em qualquer lugar”, comentou uma assistente social, que preferiu não se identificar.
Para minimizar a ação dos criminosos, os estabelecimentos estão investindo em medidas de segurança. “Temos segurança eletrônica, circuito de câmeras e cofre, além da grade no fechamento do posto. Tudo isso como forma de precaução, mas o nosso espaço é muito aberto e qualquer um é sujeito a sofrer com assaltos”, comentou um gerente de um posto de combustível de João Pessoa, George Queiroz.
Medidas
O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Campina, Bruno Agra, comentou as medidas adotadas por donos de postos para diminuir os assaltos, tais como contratação de veículos de segurança para fazer o transporte do apurado, deixar quantidade mínima de dinheiro na pista com os frentistas (valor a ser acertado por empresa), monitoramento eletrônico, redução do perímetro, que é colocar grades ao término do fechamento do posto para restringir mais a área e facilitar o monitoramento eletrônico e a mais recente é o depósito do apurado em um caixa eletrônico para que uma empresa de segurança faça a retirada.
PM desconhece casos
O comandante do Comando de Policiamento da Região Metropolitana (CPRM) de João Pessoa, coronel Lívio Delgado, informou desconhecer o número de assaltos repassados pelo Sindipetro e pede que registrem as ocorrências. O CPRM atende 27 cidades da Região Metropolitana da Capital. “Esse número é astronômico. É mentiroso. Nós não temos o foco de policiamento em postos de combustíveis porque nós não temos esses números”, afirmou, destacando que as ocorrências no Ciop relativas a postos foram 56, sendo que em 47 os assaltantes conseguiram êxito.
Em Campina, a PM enviou nota. “O Comando de Policiamento Regional I, sediado em Campina Grande, além do policiamento ostensivo diário, a PM realiza diversas operações durante o ano resultando na prisão de suspeitos de roubo e apreensões de armas de fogo. A PM orienta também que os responsáveis pelo estabelecimento liguem para 190 em caso de ação suspeita”.