Nove mandados de prisão estão sendo cumpridos pela Polícia Federal no início da manhã desta terça-feira (9) contra integrantes de uma quadrilha que atuava cometendo fraudes no INSS em Campina Grande. De acordo com a PF, seis mandados são cumpridos em Campina Grande, um em Mogeiro, cidade a 110 km de João Pessoa, um em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, e um em Curitiba, no Paraná, informa reportagem do G1.
Os suspeitos de integrarem a quadrilha foram condenados em dezembro pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife, em Pernambuco. As penas variam de 7 anos e 6 meses até 24 anos e 8 meses.
“Essa quadrilha falsicava documentos de outras pessoas para que servidores conseguissem conceder benefícios previdenciários. Assim, o grupo tinha lucro através de empréstimos feito em nome de cada titular do benefício. Era cerca de R$ 5 mil por beneficiário. E dois anos foram fraudados cerca de R$ 3 milhões, mas, segundo o INSS, se o esquema não fosse descoberto já poderia ter passado de R$ 100 milhões”, disse o delegado Raoni Aguiar
A quadrilha, desarticulada na operação Fanes, fraudou centenas de benefícios previdenciários e empréstimos consignados durante os anos de 2013 e 2015, ainda conforme informações repassadas pela Polícia Federal.
Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça Federal após pleito do Ministério Público Federal ser deferido, para que os condenados em segunda instância passem a cumprir pena provisoriamente. Dado cumprimento aos mandados, os condenados ingressarão no sistema penitenciário, com a finalidade de cumprimento de pena.
Operação Fanes
Deflagrada em setembro de 2015, a Operação Fanes teve como alvo uma organização criminosa que atuou em Campina Grande, entre os anos de 2013 e 2015, praticando fraudes em centenas de benefícios previdenciários e empréstimos consignados, sob o comando de um servidor do INSS. À época, PF e Ministério Público Federal estimavam um prejuízo aos cofres públicos de R$ 3 milhões desde outubro de 2014.
Bens dos réus leiloados
Parte dos bens pertencentes aos réus provenientes da operação Fanes foi leiloado pela Justiça Federal na Paraíba em 2017. Curiosamente, uma gata persa, que pertencia a um dos investigados chegou a integrar a lista dos bens que iriam para leilão, mas por falta de arremate no primeiro leilão, o animal foi retirado no leilão seguinte a pedido do Ministério Público.
“Vários bens foram apreendidos, como apartamentos, veículos e contas. No caso da gata, não estava prevista. Mas avaliamo que a gata tinha um custo incompatível com o salário das pessoas. Além disso, todos na casa tinha mandados e neste caso ela não teria como ficar”, explica Raoni Aguar.