A taxa de juros média cobrada no cartão de crédito rotativo caiu em novembro, passando de 338% ao ano para 333,8%, de acordo com informações do Banco Central divulgadas nesta sexta-feira (22).
Segundo o BC, a taxa de juros do cheque especial ficou estável em 323,7% ao ano, revela matéria de Laís Lis, do G1.
O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado pela pessoa que não pode pagar o valor total da sua fatura no vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Para usar o crédito rotativo, o consumidor paga qualquer valor entre o mínimo e total da fatura. O restante é automaticamente financiado e lançado no mês seguinte, com juros.
O cartão de crédito rotativo e o cheque especial estão entre as linhas de crédito mais caras do mercado. Segundo especialistas, elas só devem ser utilizadas em momentos de máxima emergência e por um prazo curtíssimo, já que os juros continuam em um patamar muito alto, acima de 300% ao ano.
Na tentativa de reduzir os juros do cartão, em março o governo anunciou novas regras para o uso do rotativo, que só pode ser usado até o vencimento da fatura seguinte.
Com o novo formato, o consumidor só pode fazer o pagamento mínimo de 15% do cartão por um mês. Na fatura seguinte, o banco não pode mais rodar a dívida: o cliente paga o valor total ou precisa parcelar a dívida em outra linha de crédito, com o juro mais barato.
Juro médio
De acordo com o Banco Central, os juros médios nas operações de crédito com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) atingiram 58,1% ao ano em novembro, no caso dos empréstimos para pessoas físicas, uma queda de 1,4 ponto percentual na comparação com outubro.
No caso dos empréstimos para as empresas, também com recursos livres, a taxa somou 22,9% ao ano em novembro, com queda de 0,4 ponto percentual na comparação com o mês anterior.
Em novembro, a taxa média de todas as operações (pessoas físicas e jurídicas) caiu para 42,7% ao ano, conte 43,6% ao ano em outubro.
‘Spread’ bancário
Como os juros bancários cairam em novembro, o chamado “spread bancário” (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) também caiu no mês passado.
No caso das operações com pessoas físicas, o “spread” caiu 1,6 ponto percentual em novembro, para 49,1 pontos. Desde novembro do ano passado, porém, caiu 13 pontos percentuais.
O “spread” é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Taxa de inadimplência
Dados do Banco Central mostram que a taxa de inadimplência teve uma queda marginal em novembro deste ano. Em novembro, a taxa de inadimplência geral, nas operações com recursos livres (exclui crédito imobiliário, rural e do BNDES), somou 5,3%, uma redução de 0,1 ponto percentual na comparação com outubro, quando ficou em 5,4%.
Considerando a inadimplência com recursos livres para pessoas físicas também houve queda e a taxa ficou em 5,4%, contra 5,6% em outubro. No caso das operações com empresas, a taxa de inadimplência caiu de 5,2% para 5,1%.