Olhando sob uma perspectiva mais longa, desde 2010 – a crise dos Estados começou a dar sinais em 2013 –, os gastos com aposentadorias de servidores saltaram de 10,6% da receita para 14,3%. Essa despesa cresceu mais do que os gastos com pessoal da ativa, por exemplo, que subiu de 42,4% para 45,2% da receita.
Nesta mesma comparação, os investimentos caíram à metade, em relação à receita: de 14,2% para 7,5%.
Embora no conjunto o retrato das finanças dos Estados pareça menos negativa, os indicadores de gastos com pessoal de alguns entes seguem preocupantes.
Nove apresentam percentual de gastos com pessoal acima do que é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. São eles: Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás, revela reportagem de Mariana Carneiro, da Folha de São Paulo.
A crise dos Estados se deveu principalmente ao aumento do endividamento a partir de 2013, ocorrido simultaneamente a uma escalada de gastos com pessoal.
Como a segunda despesa é rígida (não se pode cortar salários de servidores ou aposentadorias de um ano para outro), os Estados acabaram com as finanças estranguladas, sem capacidade de pagar os empréstimos que haviam tomado.
Em 2013, ano do ápice das operações de crédito, os Estados tomaram quase R$ 42 bilhões emprestados no mercado. Tudo com aval do governo federal. Em 2016, a quantia se reduziu para R$ 15 bilhões.