Mesmo com direito a uma cota de passagens aéreas por mês, senadores usam parte da verba parlamentar para pagar combustível de aviação e fretamento de jatos particulares. O senador paraibano José Maranhão aparece em levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast como o 10º que mais gasta com esse tipo de despesa, no Brasil. De janeiro a outubro deste ano, 14 senadores gastaram R$ 771,6 mil com esse tipo de despesa. No mesmo período, também usaram R$ 896,1 mil para comprar passagens em voos comerciais.
O levantamento mostra ainda que os senadores aumentaram os gastos com jatinhos nos últimos três anos. Em diversas ocasiões, o dinheiro da Casa foi usado para bancar trajetos corriqueiros, como de Brasília ao Estado de origem do congressista.
Segundo o levantamento do Estadão, o paraibano José Maranhão foi o 10º senador que mais gerou despesas ao Senado com combustível de aviação, fretamento de aeronave ou táxi aéreo. O levantamento dos senadores que mais gastaram recursos públicos pode ser visto completo no link: https://goo.gl/U9Kfu8
Em 2016, as despesas do Senado com combustível de aviação, fretamento de aeronave ou táxi aéreo chegaram a R$ 1,02 milhão, o que representa um aumento de 40% desde 2014 (R$ 729,8 mil), considerando valores atualizados. Enquanto isso, o consumo de passagens em voos comerciais aumentou 31% de 2014 em relação ao ano passado e ultrapassou R$ 5 milhões.
O assunto foi destaque nos principais portais e meios de comunicação da Paraíba. Escute no áudio contido neste link (https://youtu.be/fYrKT89vhio) a repercussão do caso, com comentários sobre a postura dos três senadores paraibanos em relação aos gastos com combustíveis, aeronaves e passagens aéreas:
O ato da Mesa Diretora do Senado que regula a cota parlamentar estabelece que “o valor da verba de transporte aéreo dos senadores corresponde a 5 (cinco) trechos, ida e volta, da capital do Estado de origem a Brasília, conforme Tabela IATA de tarifa governamental”. Há outros artigos mais genéricos para a verba indenizatória destinados à “locação de meios de transporte”, “serviços de táxi” e “combustíveis e lubrificantes” que abrem brechas para a utilização de serviços sem limites financeiros específicos.
Ouvido pelo jornal O Estado de São Paulo (Estadão), o senador José Maranhão (PMDB-PB), o décimo da lista, limitou-se a dizer que, realmente, usa o combustível de aviação, mas apenas para viagens em seu Estado – ele tem avião particular.