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‘Liberal-cristão’, chefe do BNDES mira 2018

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O Partido Social Cristão não é mais o mesmo –se você comparar os programas de TV que a legenda apresentou em 2013 e 2017, anos pré-eleitorais.

Em dois blocos de dez minutos cada um, exibidos quatro anos atrás, núcleos familiares compostos por marido, mulher e filhos eram o centro das atenções, embalados por slogans como “a família em primeiro lugar”. Estrela da sigla, o pastor Marco Feliciano, aparecia logo no primeiro minuto.

Agora, não. Pré-candidato do PSC à Presidência, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, monopoliza a peça. Feliciano só aparece depois do sétimo minuto -e para falar sobre “livre iniciativa”.

A primeira menção a uma bandeira conservadora só chega aos 7 minutos e 30 segundos, quando Zequinha Marinho, vice-governador do Paraná, afirma: “Defendemos a vida desde a sua concepção”.

Quem não está lá: Jair Bolsonaro e o filho Eduardo, ambos deputados e de mudança do PSC (provavelmente para o Patriota). Coadjuvante na nova propaganda política, Feliciano confirmou à Folha que também deixará o PSC, com destino ainda indefinido.

“Nossa história tem a oportunidade de ser reescrita”, diz o locutor na largada do programa. Refere-se aos rumos do Brasil, mas poderia muito bem estar falando da legenda.

A meta é dar uma nova roupagem, com foco na receita liberal para a economia, a um dos partidos que melhor vestem a camisa do conservadorismo nacional -7 dos seus 11 deputados integram a bancada evangélica da Câmara.

Sai o pastor Everaldo, presidente do PSC e candidato ao Palácio do Planalto em 2014, entra o economista Rabello, que trocou a presidência do IBGE pela do BNDES em maio, indicado por Michel Temer.

Estrela do programa da última terça-feira (21), Rabello deixou o Partido Novo para se filiar ao PSC no início outubro. Num ato em Salvador na semana passada, foi apresentado como pré-candidato para o pleito de 2018 -enquanto segue à frente de um banco com previsão de emprestar R$ 100 bilhões no ano que vem.

O discurso já é o de político em campanha: disse então querer “higienizar” a política num país dominado pelas “elites endinheiradas”. Em evento do mês passado, classificou os juros no Brasil de “pornografia econômica”.

O economista é ligado ao Instituto Millenium, centro de estudos liberal, e cita como referências políticas “o antigo PFL” (atual DEM) e o senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007).

PAUTA LIBERAL

Na Bahia de ACM, Rabello disse que trocou o Novo pelo PSC para estar mais em sintonia com “princípios sociais e cristãos”. Católico, o autor de “O Mito do Governo Grátis” (2014) não é estranho no ninho evangélico. Em março, levado pelo pastor Everaldo e ainda na condição de presidente do IBGE, foi à convenção nacional da Assembleia de Deus Madureira, uma das maiores congregações evangélicas do país.

Faz todo o sentido jogar luz na agenda econômica e se afastar do radicalismo exalado pela família Bolsonaro, dizem quadros do PSC à Folha.

“A pauta econômica é hoje uma prioridade total e absoluta”, afirma o pastor Everaldo. “Naturalmente que vocês da imprensa gostam de nos perguntar só coisas de família e costume, mas se você prestar atenção, em 2014 fui o único [presidenciável] a defender privatização, Estado enxuto etc. Ninguém quis dar ouvido. Agora temos um economista linha de frente, a imprensa, então você vai ter que falar com o PSC sobre o tema.”

“Com a economia pós-PT em crise, queríamos que o Brasil entendesse que estamos focados no assunto. Se a economia vai bem, as famílias também estarão bem”, afirma Hidekazu Takayama, presidente da bancada evangélica.

Nos bastidores, porém, alguns parlamentares se disseram incomodados com o espaço minguado, no programa partidário, para bandeiras tradicionais do PSC, como o combate ao aborto e a ideologia de gênero nas salas de aula.

A tonificação do discurso liberal contrasta com críticas a Bolsonaro, que no mês passado, em palestra a investidores, admitiu “inexperiência em algumas áreas”, inclusive no campo econômico.

Para Takayama, é na matemática eleitoral que o parlamentar levava vantagem. “Ele puxaria muitos votos à legenda. Só o tempo dirá se Bolsonaro é só mito ou realidade.”

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Lixo: Paraíba lidera ranking de maior concentração de macrorresíduos plásticos em praias do país

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O Estado da Paraíba lidera ranking de maior concentração de lixos classificados como macrorresíduos plásticos depositados nas areias das praias do país.

No recorte por estado, Paraná, Piauí e Pernambuco têm a maior quantidade de microplástico nas areias, enquanto Paraíba, Pernambuco e Paraná compõem o pódio dos macrorresíduos plásticos que são resíduos de plástico de maior tamanho, como garrafas, sacos, copos descartáveis, canudos, embalagens e fraldas.

As praias da Paraíba que primeiro aparecem no ranking das mais sujas do Estado e do país são: Formosa (Cabedelo), Fagundes (Lucena), Gramame (Conde), Cardosas (Baía da Traição). As praias de Cabo Branco (João Pessoa), Barra de Camaratuba (Mataraca), Miriri (Rio Tinto), Azul (Pitimbu), dentre outras, aparecem em seguida. (Clique aqui e veja o ranking completo)

No outro extremo, as praias do Rio de Janeiro, Sergipe e Amapá são aquelas com menor concentração de microplásticos, enquanto as do Maranhão, Piauí e Sergipe apresentam menor quantidade de macrorresíduos plásticos.

O levantamento foi realizado pela Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP e patrocinada pela Odontoprev, apresenta os resultados iniciais da Expedição Ondas Limpas, o maior estudo já realizado sobre o perfil dos resíduos marinhos no Brasil. Após 16 meses de expedição, cobrindo mais de 7.000 km da costa e 306 praias, o estudo evidenciou a onipresença do plástico ao longo de todo o litoral do país.

A expedição percorreu 201 municípios brasileiros, do Chuí ao Oiapoque, e analisou uma área equivalente a 22 campos de futebol para mapear os resíduos marinhos. Os resultados mostraram que 100% das praias do Brasil contêm resíduos plásticos, e microplásticos foram encontrados em 97% delas. Do total de resíduos, 91% são plásticos, sendo 61% itens descartáveis, como tampas de garrafa. Entre os macrorresíduos, o maior volume foi de bitucas de cigarro.

Além de trazer à tona o estado crítico da poluição marinha no país, o estudo também revelou que as praias mais isoladas e protegidas, como áreas de proteção integral, estão entre as mais afetadas por resíduos plásticos de uso único, expondo um paradoxo entre as zonas de conservação e a presença massiva de poluição.

Os dados coletados vão além dos números chocantes: oferecem um panorama profundo sobre os tipos de plásticos e resíduos, destacando a importância de políticas públicas mais robustas e ações governamentais urgentes para enfrentar a crise da poluição.

“Pretendemos que os resultados do projeto não somente choquem, mas provoquem a ação, trazendo à tona a necessidade de políticas públicas e de uma mudança na cultura de consumo de plástico no Brasil.”, afirma Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.

A expedição seguiu uma metodologia científica rigorosa, seguindo o protocolo da UNEP para a coleta de dados, com amostras analisadas em laboratório para identificar a origem dos microplásticos. Um relatório resumido, com diagnósticos e propostas de soluções, já está disponível, e o lançamento de um artigo científico mais detalhado está previsto.

Confira infográfico:

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Paraíba é o 8º Estado do país com menor desigualdade salarial entre mulheres e homens

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Redação do Portal da Capital

A Paraíba é o 8º Estado do país com menor desigualdade salarial entre mulheres e homens. A informação foi divulgada no 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, publicado no dia 18 de setembro pelos Ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres.

Segundo as informações, a Paraíba alcança um índice de 15,4% quando a questão trata sobre desigualdade salarial entre mulheres e homens. Acre, Ceará e Pernambuco são os com menores desigualdades salariais entre mulheres e homens, com as mulheres ganhando cerca de 10% a menos do que os homens em empresas com 100 ou mais funcionários. Por outro lado, Espírito Santo e Paraná apresentam as maiores disparidades, com mulheres recebendo 29% a menos que os homens.

A pesquisa revelou que, em todo o país, as mulheres ganham, em média, 20,7% a menos que os homens nas 50.692 empresas analisadas. A média salarial nacional é de R$ 4.125,77, com um salário contratual médio de R$ 2.025,27. O estudo abrangeu mais de 18 milhões de vínculos formais em 2023, com uma massa salarial total de R$ 782,99 bilhões.

No Acre e no Ceará as mulheres ganham 9,7% menos do que os homens. Em Pernambuco, a discrepância é de 9,9%. Entretanto, a desigualdade é mais pronunciada para mulheres negras, que enfrentam diferenças salariais ainda maiores em comparação aos homens não negros. No Acre, a diferença é de apenas R$ 14,17 entre mulheres negras e homens não negros, enquanto em Pernambuco, as mulheres negras ganham R$ 1.205,54 a menos do que os homens não negros.

Essa falta de equidade salarial entre mulheres negras e homens não negros é bem acentuada nos dados gerais do país. Elas ganham, em média, R$ 2.745,26 — apenas 50,2% do salário de homens não negros, que chega a R$ 5.464,29.  “As mulheres negras estão concentradas na base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica, nos serviços públicos e nas atividades de gerenciamento e direção”, ressalta Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do MTE.

A desigualdade é ainda mais acentuada em estados como Espírito Santo e Paraná, onde a média salarial das mulheres é 29% inferior à dos homens. Em Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, as mulheres ganham entre 27% e 28% a menos que os homens.

No Distrito Federal a média salarial é de R$ 5.735,13, superior à média nacional de R$ 4.125,77, e de estados como São Paulo (R$ 4.992,15), Rio de Janeiro (4.992,15), Minas Gerais (3.616,86) ou Rio Grande do Sul (4.145,98). Portanto, o DF permanece com a mesma diferença salarial entre mulheres negras que ganham R$ 4.205,60 e homens não negros que recebem R$ 7.546,13 em média por mês. A diferença salarial entre mulheres e homens no DF é de 11,1%.

Para acessar todas as informações por estado acesse aqui e selecione a UF a ser pesquisada.

Confira o ranking de índices:

Espírito Santo – 29,2%

Paraná – 29,1%

Santa Catarina – 28,3%

Mato Grosso – 27,7%

Rio de Janeiro – 27,3%

Mato Grosso do Sul – 27,1%

Minas Gerais – 24,9%

Goiás – 22,7%

São Paulo – 21,6%

Rondônia – 21,5%

Rio Grande do Sul – 20,8%

Amazonas – 20,5%

Bahia – 19,7%

Rio Grande do Norte – 19,5%

Tocantins – 18,7%

Roraima – 18,7%

Sergipe – 16%

Maranhão – 15,7%

Pará – 15,6%

Paraíba – 15,4%

Piauí – 12,6%

Amapá – 12,3%

Distrito Federal – 11,1%

Alagoas – 10,7%

Pernambuco – 9,9%

Acre – 9,7%

Ceará – 9,7%

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Ministério descarta crise energética em 2024 e implantação do horário de verão segue em estudo

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou a possibilidade de crise energética este ano. Com isso, implementação de horário de verão deverá ser avaliado novamente pelo governo.

A afirmação ocorreu durante o 296º Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizado nesta quinta-feira (19/9), no Rio de Janeiro, em reunião extraordinária. O evento reúne os principais órgãos do setor elétrico nacional.

“Não temos chance de crise energética este ano, mas devemos cuidar para que não tenhamos nenhum evento pontual em especial nos horários de ponta. A nossa missão é equilibrar segurança energética com modicidade tarifária, ou seja, menores tarifas para o consumidor. Se energia é vida, energia mais barata é sinônimo de renda, emprego e desenvolvimento nacional”, disse Silveira.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou estudos que apontam para os impactos positivos para o setor elétrico com a adoção do horário de verão. De acordo com os representantes da entidade, a implementação geraria economia de até 2,5 GW de despacho termlétrico no horário de ponta, o que reduziria custos e contribuiria para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), ampliando a capacidade de atendimento das 18h às 21h.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avalia que o ano de 2024 retomará, nos próximos dias, o volume normal de chuvas.

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