O presidente Michel Temer se reuniu na noite desta quarta-feira com a base aliada, no Palácio da Alvorada, para discutir a reforma da Previdência. Temer agradeceu a presença de todos e mencionou os encontros com prefeitos e governadores.
O relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentou o novo texto da reforma para esclarecer alguns pontos e garantir os votos dos parlamentares a favor das mudanças nas regras previdenciárias, revela reportagem de Geralda Doca e Letícia Fernandes, de O Globo.
Após a apresentação, Maia disse ter feito seu trabalho, ressaltando, no entanto, que não há garantias de que a proposta será aprovada na Câmara, ainda que o texto seja mais enxuto.
– Nada está garantido. Quem dará a palavra final é o plenário da Câmara. Eu cumpri meu papel. Não sou eu que vou garantir a aprovação da PEC.
O deputado afirmou ainda que se a reforma não for aprovada até 15 de dezembro na Câmara, dificilmente será votada no Congresso ano que vem.
Segundo Maia, foram retirados itens que prejudicavam os mais pobres e que o fim dos privilégios foi mantido. Ao mencionar a diferença de regras entre os regimes público e privado, ele afirmou ser um absurdo um juiz, um político e um advogado da União se aposentarem com um salário de R$ 33 mil e o restante da população com R$ 5.531.
O governo quer votar a reforma da Previdência na primeira semana de dezembro. Temer tem como principal aliado nesta batalha o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O vice-líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino, que participou do jantar, disse que os deputados que tomaram conhecimento do texto, perceberam que a reforma está mais palatável do que supunham.
Isso deve facilitar o convencimento – afirmou.
Nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a nova proposta vai estabelecer que os trabalhadores terão que ter um tempo mínimo de contribuição de 40 anos para poderem receber o teto da aposentadoria.
O presidente se reuniu nesta quarta-feira com prefeitos e governadores, mas não falou em data para votar a reforma na Câmara, tampouco em quantidade de votos que o governo estima ter. Segundo um auxiliar, o peemedebista não quer definir um prazo para votar a matéria sem que haja uma margem confortável de votos.