A bancada do PMDB da Câmara pressiona o presidente Michel Temer para que indique, o mais rápido possível, o novo ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política do governo. Os peemedebistas já até escolheram o sucessor do ministro Antonio Imbassahy (PSDB ) e defendem a nomeação do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos mais ferrenhos aliados do presidente, informa reportagem de Leticia Fernandes e Eduardo Barretto, de O Globo.
Marun disse ao GLOBO que está “à disposição do presidente” para assumir a Secretaria de Governo, mas afirmou que ainda não recebeu convite para ocupar a função.
— Não fui convidado, mas fico à disposição do presidente — afirmou o deputado.
Apesar da pressão dos parlamentares do PMDB, Temer ainda não definiu quando acontecerá a mudança na articulação política. Às vésperas da votação da reforma da Previdência, o presidente sabe que precisa do máximo de votos pró-reforma no PSDB, partido de Imbassahy, e também tem uma dívida de gratidão com o ministro tucano, que sempre defendeu a permanência do PSDB no governo. Por isso, aliados do presidente dizem que Temer não vai “simplesmente descartar” Imbassahy.
— Não dá para pegar o Imbassahy e jogar no lixo, ele sempre foi leal ao presidente. Temer vai reorganizar isso com calma, respeitando o Imbassahy — afirmou um auxiliar de Temer.
Assessores do presidente Michel Temer calculam que o PSDB, principal defensor da Previdência, certamente dará ao menos 30 votos a favor da proposta, mas trabalham com uma meta de obter cerca de 35 dos 46 votos na bancada tucana. Se as contas mais tímidas do governo se concretizarem, os 30 votos que a bancada pode dar já superam toda a bancada do DEM, que tem 29 parlamentares.
Segundo governistas, permanece a avaliação, no Palácio do Planalto, de que seria importante que o presidente destravasse a articulação política até o jantar de hoje, no Palácio da Alvorada, quando Temer vai receber líderes aliados para fechar o texto da reforma da Previdência. Isso pode, na avaliação desses aliados, encorajar a base a dar votos à proposta.
Além do deputado Carlos Marun, também estavam no páreo para assumir a Secretaria do Governo, ventilados pela bancada do PMDB na Câmara, os peemedebistas Mauro Lopes e Saraiva Felipe, nomes que não agradam ao Planalto. O nome de Marun, que foi da tropa de choque do ex-deputado Eduardo Cunha, é visto com simpatia no governo. Inicialmente, aliados de Temer e o próprio presidente preferiam um nome que não viesse do Parlamento, mas a pressão do PMDB para recuperar o comando do cargo deve prevalecer.
Outra avaliação do Planalto que favorece Marun é a de que, como deputado da “tropa de choque” para tentar rebater as duas denúncias criminais contra o presidente Temer, ele também defendeu, por tabela, os ministros palacianos Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral).