O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou na noite desta segunda-feira que vai tomar uma decisão sobre uma possível candidatura à Presidência da República a partir do primeiro trimestre do ano que vem. Meirelles é filiado ao PSD, informa reportagem de Gabriela Valente, de O Globo.
—Vou cumprir as minhas funções e as minhas obrigações até o fim do primeiro trimestre do ano que vem. E, a partir daí, vamos olhar a situação e tomar uma decisão — afirmou o ministro.
Ao começar a discursar, Meirelles foi fortemente aplaudido. Subiu ao palco de um famoso restaurante de frutos do mar da capital federal aos gritos de “presidente”. Meirelles nunca confirmou oficialmente que pretende ser candidato no ano que vem.
Meirelles disse também que o Brasil pode crescer quase 4% no ano que vem. Num jantar com empresários, ele afirmou esperar que alguns economistas que preveem essa expansão da atividade econômica estejam certos.
— Impossível não é. Pode ser.
Na plateia, empresários brasilienses que formaram um grupo no WhatsApp intitulado “Empresários em Ação”. Ao anunciar o ilustre convidado, o anfitrião não poupou elogios. Chegou a dizer que ele é a pessoa mais importante do governo federal.
No palco, Meirelles foi questionado sobre quais as qualidades o próximo presidente precisa ter e se um dos pré-requisitos era ter sido ministro da Fazenda. Nesse momento, os empresários caíram na gargalhada.
— Tentam essa pergunta todos os dias — disse. — O importante é que o Brasil cresça. Estou focado nessa missão.
Meirelles listou as conquistas da atual equipe econômica: queda dos juros, da inflação e, principalmente, a volta do crescimento. Falou da retomada no início do ano com a safra, mas ressaltou que, agora, o crescimento está disseminado em todos os setores.
— Os dados indicam com confiança que o Brasil está crescendo e já saiu da recessão.
Aos jornalistas, Henrique Meirelles disse esperar que a reforma da previdência seja votada no dia seis. Questionado sobre a pressão dos parlamentares para aumentar o limite para acumulação de pensão e aposentadoria, fixado pelo governo em dois salários mínimos, ele afirmou que acha valor “bastante razoável”.
— O objetivo da reforma da previdência é eliminar privilégios. E essa é uma das formas.
BOLSA FAMÍLIA TEM DE AUMENTAR
Ele frisou que o debate atual é qual será o ritmo de crescimento daqui para frente. O ministro da Fazenda disse ainda que o governo tem não somente de manter, mas aumentar os programas sociais como o Bolsa Família.
No entanto, afirmou que a maior política social é criar o emprego. Ele prometeu diminuir o prazo para exportação de dez para quatro dias. E cortar 70% do tempo gasto para preencher a papelada para pagar impostos. Prometeu também a reforma tributária para o ano que vem.