O novo diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (PF) Eugênio Ricas, que comandará todas as operações federais no Brasil, prometeu intensificar a operação Lava-Jato e garantiu que não há a menor possibilidade de reduzir os esforços da operação. Após se reunir nesta segunda-feira com o novo diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, e o governador Paulo Hartung (PMDB), Ricas também afirmou que vai ampliar o combate ao tráfico de drogas e ao tráfico de armas, informa reportagem de Bruno Dalvi, de O Globo..
— Lava-Jato é uma instituição dentro da Polícia Federal. Não tem como estancar uma instituição. A nossa missão é intensificar ainda mais os trabalhos que são feitos lá. A sociedade brasileira pode ficar tranquila com relação a isso. A nossa missão é dar mais condições, mais suporte, pra que todos os trabalhos da Policia Federal sejam feitos. Então, a partir do momento que os fatos criminosos aparecem em outros lugares, é necessário criar outros núcleos — garantiu Ricas.
Ricas é secretário de Controle e Transparência do Espírito Santo e recebeu o convite para assumir a diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF logo após Segóvia ser nomeado pelo presidente Michel Temer (PMDB).
— A prevenção é um dos caminhos para se combater a corrupção. Por isso, fomentamos a transparência e melhoramos o controle interno aqui no estado. Agora, chega o momento de trabalhar em outra área. É uma missão que será a mais desafiadora da minha vida. Todos sabemos o momento que o país vive — afirmou Ricas, que acrescentou:
— O desafio é fazer com que a Polícia Federal continue atuando de forma responsável, ampliando as ações de combate à corrupção, ao tráfico de drogas e ao tráfico de armas. A questão da segurança pública é uma questão que, junto à corrupção, tem afligido a família brasileira.
Na cúpula da PF, Ricas vai substituir o atual diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Maurício Leite Valeixo. Segóvia e Ricas tiveram uma experiência profissional entre 2009 e 2011, quando Segóvia era superintendente da Polícia Federal no Maranhão e Ricas foi seu braço-direito.
Segóvia esteve no Palácio Anchieta, em Vitória, nesta segunda-feira, onde almoçou com Hartung e Ricas.
— Sei da grandiosidade do trabalho que terá de ser feito. Ele (Eugênio) vai conduzir todas as investigações de grande prioridade nesse país. Ele será um pilar fundamental na nova administração. A PF, como um todo, foi unanime, de norte a sul do país, em aclamar o nome dele. Isso será muito bom para o país — disse Sagóvia, na sede do governo capixaba.
No Espírito Santo, Ricas se destacou por adotar duras medidas no combate a irregularidades em contratos públicos e desvio de verbas, além de abrir 37 processos administrativos contra microempresas e até multinacionais. As medidas estão se tornando uma referência no setor. Entre elas, uma chama a atenção: o livre acesso dos cidadãos a informações sobre gastos, contratos e obras do governo local.
— O meu sentimento é o mesmo que tive quando o ministro da fazenda precisou da nossa secretária da fazenda, Ana Paula Vescovi (que assumiu o Tesouro Nacional). É o mesmo sentimento quando o ministro dos transportes precisou de Ralph Luigi, que estava a frente do DER (Departamento de Estradas e Rodagens). Nós, brasileiros, precisamos ajudar o país. Se a gente não resolver o Brasil nós não temos como resolver os estados federados de maneira satisfatória — comentou o governador Paulo Hartung.