A divisão na disputa pelo comando nacional do PSDB se repete na maioria dos estados, que fizeram suas convenções para eleição dos diretórios. O resultado dessas eleições indica a correlação de forças entre os candidatos a presidente do partido, na convenção de 9 de dezembro, até agora o senador Tasso Jereissatti (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo. Segundo reportagem das jornalistas Maria Lima e Patrícia Cagni, de O Globo, Entre os convencionais, entretanto, há um apelo para que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, seja aclamado novo presidente para evitar o agravamento da disputa interna.
São Paulo, com cerca de 100 convencionais, está dividido, mas Tasso tem a simpatia da maioria, além dos 25 delegados do diretório do Ceará eleitos ontem. Marconi tem fechado Goiás, com 27 delegados, e apoio quase maciço dos 90 convencionais de Minas Gerais, aliados do presidente licenciado Aécio Neves (MG).
Atual presidente do diretório paulista, reconduzido ao cargo, o deputado estadual Pedro Tobias, já explicitou apoio a Tasso. Mas o senador tem a oposição de convencionais ligados ao ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira, ao senador José Serra, ao prefeito João Doria e ao presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal.
— O apoio do Pedro Tobias não significa que o partido em São Paulo irá apoiar Tasso. Teremos mais de 40%, se não for mais. O Tasso vai se surpreender com os diretórios de todo o país. Está agindo como um coronel que não agrega e isso assusta — disse José Aníbal.
No Acre os sete convencionais votarão em peso em Tasso. Seus adversários o acusam de ter feito uma intervenção no diretório do estado.
— Aqui estamos 100% fechados com Tasso. A Executiva antiga tinha sido apagada mas ganhamos na Justiça o direito de reativar a diretoria eleita há dois anos — disse o deputado federal Rocha.
Outro estado onde Tasso tem forte apoio é na Paraíba do senador Cássio Cunha Lima e do filho, o deputado cabeça preta Pedro Cunha. O atual presidente, Ruy Carneiro, foi reconduzido e a maioria dos 15 votos é pró-Tasso.
Na Bahia, o deputado João Gualberto, presidente do diretório que foi reconduzido, acredita que Tasso terá cerca de 60% do apoio nacional para assumir a presidência.
Em Minas, o deputado Domingos Sávio, aliado de Aécio e um dos mais ferrenhos críticos de Tasso, foi reconduzido para dirigir o partido. Fora esses casos, poucos dirigentes locais anunciam voto.