O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nesta quinta-feira (9) que a disposição do governo em negociar poderá ajudar na aprovação da reforma da Previdência (PEC 287/16). Ele reiterou que a proposta só será levada ao Plenário quando tiver apoio suficiente.
“Hoje é um ambiente difícil. Minha vontade é votar neste ano os dois turnos, mas não vou pautar a reforma da Previdência de qualquer forma, porque uma derrota no Plenário será uma sinalização muito ruim do Brasil para toda a sociedade”, afirmou.
A reforma da Previdência foi discutida nesta manhã na residência oficial da Câmara, em reunião do presidente da República, Michel Temer, com parlamentares da base do governo. O relator da proposta, deputado Artur Oliveira Maia (PPS-BA), reiterou a intenção de apresentar um “texto enxuto”, com foco na idade mínima para aposentar e nas regras para os servidores públicos.
Urgência
Presente ao encontro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, insistiu que a reforma é urgente e necessária, para gerar benefício fiscal que consolide a queda dos juros e da inflação. Para ele, há dois pontos centrais na proposta: a idade mínima e a equiparação dos sistemas público e privado.
“A reforma é uma necessidade que o País tem para eliminar privilégios. Hoje em dia, com o atual sistema, as classes de menor poder aquisitivo tendem a se aposentar aos 65 anos, e aqueles que se aposentam mais cedo, com 55 anos, são os de maior renda”, disse.
Compreensão
O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que as mudanças em discussão criam ambiente político para a votação. “A idade mínima é um tema que a sociedade compreende bem e, politicamente, tem ampla condição de ser discutida. Também é o combate aos privilégios, porque nenhum brasileiro quer tratamento desigual”, analisou.
Vice-líder da Minoria na Câmara, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que o governo admitiu as dificuldades na reforma da Previdência. “Foi bom o governo ter reconhecido que a proposta anterior seria derrotada. Eles tentavam convencer o povo de que era a salvação do Brasil, mas o País precisa debater o pacto previdenciário nas próximas eleições”, afirmou.