O apresentador do “Jornal da Globo”, William Waack, 65, foi afastado de suas funções após ser acusado de racismo. Em vídeo publicado na internet, ele afirma, irritado, que o barulho de uma buzina é “coisa de preto”.
“A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante”, afirma a emissora em nota, informa matéria do site F5, da Folha.
O jornalista aparece no vídeo antes de uma entrevista com Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, do Wilson Center, num estúdio em frente à Casa Branca, nos EUA.
“Tá buzinando por quê, seu merda do cacete? Não vou nem falar porque eu sei quem é.” Na sequência, Waack olha para o convidado e diz, em tom baixo: “É preto. É coisa de preto.”
Após o comentário de Waack, o convidado ri constrangido.
Não há informações sobre quem divulgou as imagens da gravação, realizada durante a corrida eleitoral americana em 2016. No Twitter, o vídeo foi publicado pelo jornalista Jorge Tadeu.
SUBSTITUIÇÃO
Segundo a Globo, a jornalista Renata Lo Prete, 52, vai ocupar a bancada do telejornal nesta quarta (8).
Lo Prete é a substituta oficial de Waack e deve permanecer no cargo por tempo indeterminado. Ela também é apresentadora, editora e comentarista de política do “Jornal das Dez”, da GloboNews.
Ela passou pela Folha, onde foi repórter, editora da Primeira Página, Ombudsman e editora da coluna “Painel”.
Em 2005, Lo Prete foi a vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo pela entrevista na Folha com o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) que revelou ao país o “escândalo do ‘mensalão”.
Waack começou na Globo como correspondente em Londres em 1996, depois fazer carreira na imprensa escrita ele passou pelo “Jornal do Brasil”, “Jornal da Tarde”, “O Estado de S. Paulo” e na revista “Veja”.
Formado pela PUC, o jornalista retornou ao Brasil em 2000 e passou a trabalhar como repórter e a produzir séries especiais para o “Jornal Nacional” e outros telejornais de rede. Em 2005, tornou-se âncora do “Jornal da Globo”.