Na última quarta-feira (1), o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Lavínio Nilton Camarim, recebeu a visita do presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Juarez Monteiro Molinari, acompanhado do presidente da Abramet (SP), José Heverardo da Costa Montal, que também é vice-presidente da Abramet, e de Dirceu Diniz, diretor-financeiro da Abramet e vice-presidente da Abramet (SP).
Molinari entregou ao presidente do Cremesp um exemplar do recém-lançado “Acidentes de Trânsito no Brasil: um atlas de sua distribuição”, editado pela Abramet. Na ocasião, o presidente da Associação mostrou sua preocupação com os resultados deste mapeamento e disse que as questões que envolvem tráfego devem ser consideradas uma doença. “No Brasil, 60% dos leitos de hospitais são destinados para pessoas que se envolveram em acidente de trânsito. Em alguns estados, esse número chega a 70%”, observou. “Acidentes de trânsito matam cerca de 40 mil pessoas, por ano, no Brasil, sendo a terceira causa de morte. Já entre pessoas de 0 a 44 anos é a principal causa de morte, então, realmente, temos que considerar o tráfego uma doença”, concorda Camarim.
Medicina e trânsito
Outro ponto da reunião tratou da participação do Cremesp na 61a Sessão Ordinária do Conselho Estadual para a Diminuição dos Acidentes de Trânsito e Transporte (Cedatt), que será realizada no próximo dia 22/11, no Palácio do Governo de São Paulo. O objetivo é apresentar às entidades que compõem o Cedatt a importância da agenda de saúde no âmbito do trânsito motorizado, com a Medicina envolvida diretamente em ações que visem à diminuição desses acidentes, que tanto impactam a vida dos condutores e pedestres, e a saúde como um todo. “O Brasil é o quarto país com mais mortes em acidentes de trânsito, ficando atrás apenas da China, Índia e Nigéria. Os países que conseguiram reduzir esta mortalidade contaram com a Medicina, para fundamentar os estudos e estatísticas”, destaca o presidente da Abramet (SP).
Estas discussões estão na ordem do dia, pois está em curso a reforma do Código de Trânsito brasileiro. “O Cremesp tem a missão de colocar a Medicina nas questões que envolvem o tráfego e demonstrar que ela é capaz de contribuir decisivamente para a diminuição dos acidentes”, diz Camarim.
Na oportunidade, foram abordados outros dois importantes assuntos de interesse da Medicina de Tráfego. Um deles, é a Portaria 70, do Detran/SP, publicada em março deste ano, sobre o credenciamento das entidades públicas ou privadas, em caráter de pessoas jurídicas. A Associação solicita o apoio do Cremesp para esclarecer os médicos especialistas acerca das mudanças ocorridas. O outro assunto diz respeito à portaria do Detran que regulamenta o sistema eletrônico de divisão equitativa dos exames de aptidão física e mental e de avaliação psicológica. Eles são necessários aos processos para obtenção e renovação da Carteira Nacional de Habilitação – CNH de candidatos e condutores de veículos automotores, mas que ainda não está em vigor para o município de São Paulo.