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Lava Jato aponta telefonemas entre amigo de Lula e dono de apartamento em 2015

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Os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba apresentaram nesta quinta-feira (19) ao juiz Sergio Moro uma relação de 12 ligações telefônicas entre o empresário Glaucos da Costamarques, o advogado Roberto Teixeira, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o escritório de advocacia Teixeira, Martins.

No entendimento dos procuradores, as ligações entre os réus corroboram a narrativa do empresário sobre a assinatura dos recibos de aluguéis do apartamento vizinho ao de Lula, em São Bernardo do Campo, durante o período em que Costamarques esteve internado no hospital Sírio-Libanês, entre 23 de novembro e 29 de dezembro de 2015.

Em depoimento a Moro, Roberto Teixeira negou que esteve no hospital no período de internação de Glaucos para solicitar que ele assinasse os recibos de aluguel e disse que os dois se encontraram no Sírio Libanês em 2016, de maneira casual.

Já o empresário afirma que Teixeira o visitou naquela ocasião, em 2015, e que assinou os recibos por solicitação do advogado. O contador João Muniz Leite foi quem levou os documentos para serem assinados por Glaucos da Costamarques.

Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), o dono real do apartamento seria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O imóvel teria sido adquirido com dinheiro de propina da Odebrecht, em troca de contratos com a Petrobras. Glaucos da Costamarques, que é primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, teria servido de laranja para a aquisição do apartamento.

O MPF questiona a autenticidade dos recibos entregues pela defesa de Lula por meio de um incidente de falsidade. A defesa do ex-presidente afirmou ter os recibos originais e que vai apresentá-los e nega que o imóvel pertença ao ex-presidente.

Ligações

De acordo com os procuradores, entre 25 de novembro e 17 de dezembro, foram registradas dez ligações de Roberto Teixeira e do escritório de advocacia Teixeira, Martins para Costamarques, enquanto o empresário fez outras duas ligações para o advogado. “Essa frequência de contatos se apresenta atípica para aquele ano, já que, em 2015, só foram identificados sete contatos telefônicos em fevereiro [em um único dia] e mais um em outubro”, diz o MPF.

Segundo a força-tarefa, no dia seguinte à prisão de Bumlai no âmbito da Lava Jato, em 24 de novembro de 2015, foram registradas duas ligações do escritório do advogado, cada uma com duração de pouco menos de um minuto. Costamarques recebeu nova ligação de Roberto Teixeira um dia após a visita do contador a ele no hospital, em 5 de dezembro de 2015, com duração de cinco minutos.

“Em 6 de dezembro de 2015, verifica-se que houve mais quatro contatos telefônicos feitos por Roberto Teixeira com Glaucos da Costamarques. Em 14 de dezembro, foram mais duas ligações, a primeira feita pelo advogado, com duração de pouco mais de um minuto, e a segunda feita por Costamarques a Roberto Teixeira, com duração de pouco menos de um minuto”, apontou o MPF.

Reprodução – 6.set.2017

Lava Jato aponta telefonemas entre amigo de Lula e dono de apartamento no final de 2015

Foto: Glaucos da Costamarques durante interrogatório pelo juiz Moro

Os procuradores afirmam que em 17 de dezembro de 2015 foram feitos mais três contatos, sendo os dois primeiros por Roberto Teixeira a Glaucos da Costamarques, cada um com cerca de 40 segundos de duração, e o terceiro feito pelo empresário ao advogado, com duração de 30 segundos.

“Posteriormente, Glaucos da Costamarques e Roberto Teixeira vieram a se falar por telefone em 3 de março de 2016, em ligação que durou mais de dois minutos, data esta que antecedeu as diligências de busca e apreensão na residência de Luiz Inácio Lula da Silva, feita em 4 de março de 2016. Pouco depois, mantiveram mais dois contatos telefônicos, em 8 de março de 2016, cada uma com duração de 90 segundos”, dizem os procuradores.

Entenda a acusação a Lula

Segundo o MPF, o apartamento usado pela família de Lula em São Bernardo do Campo seria parte de propina da Odebrecht em troca da atuação do ex-presidente para beneficiar a empresa em oito contratos com a Petrobras. Um terreno em São Paulo para o Instituto Lula –que nunca foi usado pela entidade– também faria parte da vantagem indevida.

A defesa do ex-presidente nega que tenha recebido a posse ou propriedade dos imóveis, muito menos em contrapartida a uma atuação em contratos com a Petrobras. Segundo os advogados de Lula, “nenhuma prova foi apresentada sobre essa alegação, que se mostrou, em verdade, ser manifestamente improcedente”.

“Essa situação, além de levar ao reconhecimento da inocência de Lula, mostra que o processo jamais poderia estar sendo conduzido pelo juiz Sergio Moro, pois não há qualquer relação efetiva e real com a Petrobras, como sempre foi afirmado pela defesa”, diz a defesa.

Renato S. Cerqueira – 9.mai.2017/Futura Press/Estadão Conteúdo

Lava Jato aponta telefonemas entre amigo de Lula e dono de apartamento no final de 2015

Foto: O pecuarista José Carlos Bumlai

Costamarques afirmou ter comprado o apartamento a pedido de seu primo e amigo de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai –que foi condenado em outro processo da Lava Jato. Este, no relato de Costamarques, atendia a pedido de Marisa Letícia, que estava preocupada com a possível compra do imóvel por alguém desconhecido da família.

A defesa do engenheiro disse em petição entregue a Moro no dia 28 de setembro que Costamarques comprou e alugou o apartamento para a ex-primeira-dama “única e exclusivamente em razão do pedido feito pelo seu primo”.

Os advogados de Lula apresentaram um contrato de aluguel com início em fevereiro de 2011 assinado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, falecida em fevereiro deste ano, e por Costamarques. Também entregaram à Justiça recibos assinados por Costamarques que comprovariam a quitação dos aluguéis.

No entanto, segundo o MPF, não há transações bancárias que comprovem o pagamento dos aluguéis até o fim de 2015. Costamarques disse à Justiça que, neste período, não recebeu nada –apesar de ter declarado isso no imposto de renda, informa publicação TopBuzz.

Segundo a defesa de Costamarques, “o fato de os recibos terem sido declarados à Receita Federal no Imposto de Renda deu-se em razão da própria existência do contrato de locação, da promessa de pagamento de todas as parcelas pelo seu primo e da orientação de que deveria, sim, declarar tais valores e sobre eles pagar o respectivo imposto.”

Ainda de acordo com os advogados de Costamarques, “os recibos referentes à locação em causa foram exigidos do defendente, em razão da existência do contrato de locação, e corresponderam à confiança, amizade e grande estima que devotava ao primo, José Carlos Costa Marques Bumlai.”

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Efraim é relator de projeto para tornar punição mais severa em crimes de roubo de fios de cobre

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Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (22), o senador Efraim Filho (União-PB) se manifestou sobre sua relatoria ao Projeto de Lei nº 3780, de 2023, que aumenta o rigor da legislação penal para coibir novos crimes de furto, roubo, estelionato, receptação e interrupção de serviço telefônico, e outros de utilidade pública.

O parlamentar disse que é preciso aumentar as penas e incluir na legislação a proteção de bens jurídicos caros à sociedade como, por exemplo, roubos e furtos de cabos e equipamentos de telecomunicações.

“A população não pode ficar à mercê desses bandidos que prejudicam a coletividade, colocando em risco a segurança de todos e gerando estragos irrecuperáveis. O código penal precisa ser atualizado para evitar uma legislação branda para esses delitos. Não dá para ficarmos lenientes com crimes dessa natureza”, desabafou.

Efraim relembrou, ainda em tom de indignação, a recente invasão e o roubo de fios de cobre na Paraíba que afetou a distribuição de água na Região Metropolitana de João Pessoa afetando cerca de 760 mil pessoas.

“Hoje, existem quadrilhas criminosas especializadas que operam de forma criteriosa na subtração de equipamentos de alto valor, como cabos de cobre e baterias. Essas ações infratoras comprometem, muitas vezes com danos irreparáveis, serviços de utilidade pública como emergências médicas”, disse.

Em 2023, mais de 5,4 milhões de metros de cabos de telecomunicações foram subtraídos, um aumento de 15% em relação a 2022, e mais de 7,6 milhões de clientes tiveram seus serviços interrompidos.

“Nosso trabalho legislativo vai ser firme no sentido de punir severamente esses criminosos. O PL 3780 definirá como crime qualificado, com penas mais rigorosas, e não mais como crime comum, o furto e roubo de celulares e de cabos de energia elétrica e telecomunicações ou outros que afetem serviço essencial,” concluiu.

O relatório já está em fase de conclusão e será apresentado em breve pelo parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Relatório final da PF aponta Bolsonaro como “líder da organização criminosa” em tentativa de golpe

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O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal (PF) sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “líder” do grupo de 37 pessoas que, de acordo com a PF, organizou um plano para mantê-lo na Presidência após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT).

O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), relata que Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” a organização criminosa apontada pela investigação. A Polícia aponta, ainda, que, apesar de transitar em todos os núcleos, “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral”.

Indiciados

Após um ano e dez meses de investigação, a PF indiciou nesta quinta-feira (21/11) o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas nesse inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil e plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Morais.

Também estão entre os indiciados alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil).

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também está na lista, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

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Comissão analisa emendas a reforma dos processos administrativo e tributário

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A comissão temporária encarregada de modernizar os processos administrativo e tributário (CTIADMTR) voltará a analisar três projetos que aprovou em junho e que, depois, receberam emendas no Plenário do Senado. A reunião da comissão está marcada para quarta-feira (27/11), a partir das 14 horas. O relator das três projetos é o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil).

As propostas vieram de anteprojetos apresentados por juristas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e depois formalizados como projetos de lei. Elas haviam sido aprovadas em decisão terminativa e iriam direto para a Câmara dos Deputados, mas receberam recurso de senadores para que fossem analisadas também em Plenário. Ao todo, os três projetos receberam 79 emendas dos parlamentares, que devem ser analisadas pela CTIADMTR.

Um dos projetos que retornou para análise é o da reforma da Lei de Processo Administrativo (LPA — Lei 9.784, de 1999). O PL 2.481/2022 foi aprovado na forma de um substitutivo para instituir o Estatuto Nacional de Uniformização do Processo Administrativo. Serão analisadas 29 emendas apresentadas em Plenário.

Outro projeto é o de novas regras para o processo administrativo fiscal federal (PL 2.483/2022), que também foi aprovado como substitutivo. O texto incorporou os conteúdos de dois outros projeto que estavam em análise na comissão: o PL 2.484/2022, que tratava do processo de consulta quanto à aplicação da legislação tributária e aduaneira federal, e o PL 2.485/2022, que dispunha sobre mediação tributária na cobrança de dívidas fiscais. A comissão votará 36 emendas ao projeto.

O terceiro é o PL 2.488/2022 que cria a nova Lei de Execução Fiscal. O objetivo do texto é substituir a lei atual (Lei 6.830, de 1980) por uma nova legislação que incorpore as inovações processuais mais recentes e ajude a tornar a cobrança de dívidas fiscais menos burocrática. Foram apresentadas 14 emendas.

Comissão

As minutas dos projetos foram elaboradas pela comissão de juristas criada em 2022 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. A comissão foi presidida pela ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Depois, os textos foram apresentados como projetos de lei por Pacheco e remetidos para uma nova comissão, constituída por senadores. O senador Izalci Lucas (PL-DF) presidiu o colegiado.

Fonte: Agência Senado

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