Senadores da oposição chamaram de corporativista a decisão que revogou as medidas cautelares impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) contra o tucano Aécio Neves (MG).
Alvaro Dias (PODE-PR), que votou pela manutenção das medidas, afirmou que a decisão “pega mal para a instituição” e criticou o próprio STF. O tribunal decidiu na semana passada que caberia aos parlamentares deliberarem sobre o afastamento.
“O corporativismo instalado estabelece como regra a defesa dos seus integrantes e não a defesa da instituição. Nós estamos na contramão do que deseja a sociedade”, disse. “Lamentavelmente, o STF, num dia de grande infelicidade, colaborou com o Senado na alimentação dos privilégios, que são repudiados pela população brasileira.”
Como ele, o petista Humberto Costa (PE), líder da minoria, criticou a decisão. “Se fosse alguém do PT, certamente que por muito menos estaria cassado”, disse.
Ele afirmou que os senadores teriam de discutir o mérito da questão, e não tratar de uma disputa de Poderes, como foi citado por defensores de Aécio, segundo a Folha.
‘MÉRITO’
“Quando o Supremo definiu que a decisão teria de ser aprovada pelo Congresso Nacional, nós teríamos que discutir o mérito”, disse.
Aécio já voltou a aparecer na lista de senadores em exercício.
Já o senador tucano e vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que a decisão de revogar as medidas impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a Aécio Neves (PSDB-MG) não significa impunidade.
“É preciso ter muita prudência no andamento da Constituição, da democracia brasileira, sem que isso seja confundido, apesar de as palavras terem proximidade, de imunidade [parlamentar] com impunidade”, afirmou.
Ele negou a acusação de corporativismo. Segundo ele, o Senado teve “preocupação com a repercussão disso em outras instâncias da vida nacional”.
Ele, assim como todos os outros senadores tucanos presentes à sessão –faltou Ricardo Ferraço (ES), opositor conhecido de Aécio– votaram pela revogação das medidas.
Já o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), evitou responder aos questionamentos sobre corporativismo, dizendo apenas que a “decisão é a decisão do Senado, assim como a decisão do STF é a decisão do STF”.