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Paraíba

Artigo: O que revelam as pesquisas eleitorais

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Reinaldo Dias

As recentes pesquisas eleitorais no Brasil mostram um quadro mais ou menos estável nos primeiros lugares, despontando dois candidatos populistas, um à esquerda, Luis Inácio Lula da Silva e outro de extrema direita, Jair Bolsonaro. São avaliações prematuras do que pode ocorrer no pleito de 2018 porque a conjuntura política está muito instável e certamente muitos fatos novos ainda virão e poderão envolver mais nomes e partidos. Está ocorrendo um processo de depuração nos partidos políticos e devassa na vida de seus principais quadros.

Até o momento, a percepção do “rouba, mas faz” tem permitido um primeiro lugar ao candidato petista que nega com radicalidade seu envolvimento em corrupção e utiliza de todos os meios ao seu alcance para se defender das acusações. Caso se viabilize para a disputa eleitoral seus malfeitos serão melhor conhecidos por seu eleitorado cativo e, provavelmente perderá muitos deles que acrescidos aos 46% que o rejeitam inviabilizaria sua eleição.

O mais surpreendente nas pesquisas eleitorais e que pode ser considerado um fato novo é o surgimento de um candidato de extrema direita com viabilidade eleitoral e que vem arregimentando adeptos por todo país. Com uma plataforma homofóbica, anti-imigração, racista, xenófoba e contrário à atuação das organizações não-governamentais, admirador confesso de Donald Trump e da ditadura militar, o deputado Jair Bolsonaro atinge uma marca sem precedentes para uma plataforma de direito ultrarradical. Sua taxa de rejeição de 30% faz dele uma ameaça real às instituições democráticas e aos avanços conquistados em direitos humanos no país.

As pesquisas têm indicado que Jair Bolsonaro pode ficar em primeiro lugar nas pesquisas com Lula fora do páreo. Uma pulverização de candidaturas de centro poderia levar esse candidato a um segundo turno e colocaria o país numa situação arriscada e com a possibilidade de elegermos um anticandidato do establishment com propostas que foram derrotadas na segunda guerra mundial e que pensávamos que tinham acabado como lixo da história. A possibilidade é real. A descrença e o menosprezo dessa possibilidade levou Trump ao poder nos Estados Unidos. Não podemos cometer o mesmo erro.

A questão central é a descrença e o desanimo da população com a política. A indignação deu lugar a apatia. A multiplicação de denúncias e o número de envolvidos, ao mesmo tempo que oferecem a oportunidade de saneamento do jogo político está levando a população a descrer no sistema e a julgar que não há saída. Por outro lado, as pesquisas indicam que 87% do eleitorado votará em candidatos que nunca tenham se envolvido em corrupção.

A mobilização da sociedade civil com ações voltadas para elevar o nível de comprometimento dos candidatos com a sociedade é positiva. Merece destaque a articulação de empresários e figuras da vida pública para viabilizar um financiamento alternativo para campanhas eleitorais. Chamada de “Fundo Cívico”, a ideia é proporcionar bolsas de estudo para formação de pessoas interessadas em se candidatar ao legislativo nas próximas eleições.

A ampliação do debate nas universidades poderia contribuir muito para que os estudantes se tornassem cidadãos mais comprometidos com práticas democráticas e se tornassem no futuro, alternativas para a renovação da prática política. Contudo, as universidades e faculdades isoladas não abrem oportunidade para debates nos seus espaços, o que facilita o aparelhamento das entidades estudantis por grupos minoritários. O incentivo à discussão dos problemas nacionais poderia envolver um número maior de estudantes e ampliar a participação política dos jovens.

A crise pela qual o país passa não se resolverá com o alheamento da política, ao contrário, só o aumento da participação política poderá esclarecer melhor os cidadãos sobre as posições que estão em jogo e qual seu real propósito. Se propostas racistas, xenofóbicas, homofóbicas claramente identificadas com o fascismo evoluírem na sociedade brasileira, teremos fracassado em construir uma democracia sustentada pelo respeito aos direitos humanos e à diversidade.

O especialista está disponível para comentar o assunto. Para acioná-lo basta encaminhar a solicitação para o e-mail: [email protected].

Reinaldo Dias, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. É sociólogo, Mestre em Ciência Política e Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp.

Sobre o Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está entre as 100 melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.

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Paraíba

Eleição para nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa acontece nesta terça-feira

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Uma nova eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) deve acontecer nesta terça-feira (26/11). O pleito ocorre após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa e instituiu uma nova eleição para a mesa.

A medida acontece após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada do deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) como presidente da Casa Legislativa seja oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, a antecipação da dita eleição fere “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

No entanto, o parlamentar acredita que não haverá surpresas na recondução da presidência da Assembleia e expressou confiança em eleição por unanimidade.

A permanência dos membros também tem aprovação do governador João Azevêdo (PSB). De acordo com o gestor, existe tranquilidade em relação ao tema, uma vez que, em reunião com o presidente da ALPB, já havia exposto o desejo de que a composição da Mesa Diretora continuasse da mesma forma.

 

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Maior evento religioso da PB, Romaria da Penha ocorre neste sábado e deve reunir milhares de fiéis

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Redação do Portal da Capital

A tradicional Romaria da Penha, maior evento religioso do Estado, acontece neste sábado (23/11) em João Pessoa. Em um percurso de caminha com extensão de 14 quilômetros, milhares de fiéis participarão da 261ª edição da festa, que tem como tema “Senhora da Penha, porque ‘somos todos irmãos’, ajudai-nos a viver a fraternidade e a amizade social”.

Programação

Os eventos começam às 16h30, com a Carreata de Nossa Senhora da Penha. A imagem da santa será conduzida do Santuário da Penha, localizado no bairro da Penha, até a Igreja Nossa Senhora de Lourdes*, no Centro da cidade.

A Romaria tem início às 22h, partindo da Igreja de Lourdes em direção ao Santuário da Penha. A caminhada, que atrai devotos de diversas cidades e estados, deve terminar por volta das 3h30, com a celebração de uma missa campal presidida pelo arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson.

Caminhada de fé

A Romaria da Penha é uma manifestação de fé que atrai pessoas de todas as idades, reunindo famílias, grupos de oração e comunidades paroquiais. Os fiéis caminham em oração e cânticos, muitos carregando velas ou imagens da santa, criando um ambiente de emoção e devoção.

O evento, que acontece há décadas, é considerado uma das maiores expressões de religiosidade popular do país e celebra a intercessão de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Santuário e símbolo de proteção para os fiéis.

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Sudene aprova liberação de recursos do FDNE para parques eólicos da PB e RN

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Redação do Portal da Capital

A Sudene autorizou o pagamento de novas parcelas de financiamento, através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), para os parques eólicos Ventos de Santa Tereza 01 e Serra do Seridó II, IV, VI, VII e IX.

No total, a Diretoria Colegiada da autarquia aprovou o desembolso de R$ 70,8 milhões do fundo regional para estes empreendimentos que estão instalados no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

“O FDNE é um dos principais instrumentos de financiamento para a energia renovável na nossa área de atuação, atraindo investimentos para o setor. Nos últimos anos, quase que a totalidade dos recursos do fundo foi destinada ao financiamento de implantação de parques de energia solar e eólica, contribuindo para o papel de destaque que o Nordeste tem na transição energética”, afirmou o superintendente Danilo Cabral. Ele frisou que o Fundo é administrado pela Sudene e operado por instituições financeiras parceiras.

A empresa Ventos de Santa Tereza 01 investiu R$ 249,4 milhões no parque eólico de geração de energia no município de Pedro Avelino (RN). Desse valor, R$ 143,1 milhões foram financiados pelo FDNE, com projeto aprovado em 2022, dos quais já haviam sido liberados R$ 67,7 milhões.

A última aprovação foi referente à segunda parcela do financiamento. O projeto tem potência instalada de 41,3 MW de energia e vai gerar 90 empregos diretos e indiretos quando estiver em operação plena.

Os cinco parques eólicos Serra do Seridó, localizados no município de Junco do Seridó (PB), somam um investimento total de R$ 832,5 milhões, dos quais R$ 239 milhões são do FDNE.

Os valores liberados na última reunião da Diretoria Colegiada correspondem à quarta parcela do financiamento – no total, serão R$ 15,7 milhões. Essas unidades são da multinacional EDF Renewables e fazem parte do Complexo do Seridó, composto por 12 parques eólicos, que entraram em operação em julho do ano passado e têm capacidade total instalada de 480 MW.

O agente operador desses financiamentos é o Banco do Brasil. A Sudene conta com quatro instituições financeiras como agentes operadores do FDNE, além do BB. São elas Caixa Econômica Federal , Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento Sicredi Evolução, Banco do Nordeste (BNB) e Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destaca a importância do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste para a região e reforça que a contratação de novos agentes operadores “fortalece a política de democratização de acesso ao crédito e contribui para uma maior interação com o setor produtivo, uma vez que essas instituições estão mais próximas da realidade local. “Essa ação está em sintonia com a aposta da Sudene em um diálogo mais efetivo que tenha, como consequência, a atração de novos negócios e a geração de emprego e renda”, afirmou.

Em fevereiro, foi assinado um protocolo de intenções para que o Banco do Estado de Sergipe (Banese) também passe a operar os recursos do FDNE. Para o diretor de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire, esse é um caminho para “democratizar os fundos regionais, que é uma orientação do Governo Federal, contribuindo para uma maior divulgação desse importante instrumento de ação, que é o fundo, e ampliando o acesso ao crédito”.

Heitor Freire falou sobre a importância do FDNE para o desenvolvimento regional. “Esse é um importante instrumento para a atração de investimentos para os 11 estados da área de atuação da instituição, com taxas bastante atrativas. Para 2024, há a disponibilidade de R$ 1,1 bilhão”, disse o gestor.

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