O governo acelerou o empenho de emendas parlamentares em setembro, mês em que foi apresentada a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Levantamento da ONG Contas Abertas revela que até o dia 22 de setembro o governo já empenhou R$ 800,6 milhões. Segundo a Coluna do Estadão, numa comparação com os demais meses do ano, é o terceiro maior valor, só perdendo para junho e julho, quando tramitou na Câmara a primeira denúncia contra o peemedebista. Na ocasião, foram empenhados R$ 2 bilhões e R$ 2,2 bilhões respectivamente.
Repeteco. Gil Castello Branco, da Contas Abertas, diz que os dados demonstram que “a máquina de empenho e pagamento de emendas está sendo reaquecida”. “As emendas são impositivas, mas a liberação é feita de forma estratégica”, complementa.
Nada com isso. O ministro Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo, afirma que os empenhos não têm relação com a votação na Câmara, mas com “a capacidade dos deputados de conseguir nos órgãos setoriais o compromisso de que suas emendas serão pagas”.
Tudo dominado. O relator da segunda denúncia contra Michel Temer na CCJ deverá ser Evandro Gussi (PV-SP), que votou pela rejeição da acusação na primeira ocasião.
Me dá tudo. Depois de aprovar a quebra do sigilo de e-mails de Marcello Miller na CPMI da JBS, como revelou a Coluna, o presidente da comissão, Ataídes Oliveira, aceitou sugestão para pedir os dados desde 2015. A proposta inicial alcançava apenas 2017.
Bola nas costas. O afastamento do senador Aécio Neves do mandato pelo Supremo ocorre no momento em que o prefeito de São Paulo, João Doria, se reaproximava dele, em busca de apoio à sua candidatura presidencial.
Manda muito. Apesar disso, aliados do prefeito acham que, mesmo afastado do mandato, o senador conserva ainda influência interna no PSDB.
Azedou. No Senado, há um consenso de que o gesto do Supremo punindo Aécio vai voltar a acirrar os ânimos na relação entre Judiciário e Legislativo.
Bicadas. A mais nova polêmica no PSDB é a decisão do presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), de contratar o publicitário Moriael Paiva.
Inimigo. A iniciativa irritou a bancada mineira porque Paiva fez a campanha do petista Fernando Pimentel em 2014, com fortes ataques ao candidato tucano Pimenta da Veiga. Ele vai coordenar a comunicação do PSDB.
De olho. O PMDB quer emplacar Emmanoel Campelo na vaga de Igor Vilas Boas, que encerra o mandato de conselheiro da Anatel em 4 de novembro. A indicação é do senador Garibaldi Alves. Campelo é ligado à Oi e próximo de Henrique Alves, que está preso.