A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS se reúne nesta terça-feira (26) para votar requerimentos que envolvem informações relativas a dados sigilosos, como empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e movimentações financeiras, bancárias e telefônicas de suspeitos. Estes pedidos precisam ser votados nominalmente, um por um, o que não pôde ser feito na última reunião, na quinta-feira (21), por falta de quórum.
Já na quarta-feira (27), a CPI se reúne para ouvir os primeiros depoimentos: o do procurador da República Ângelo Goulart Villela e o do advogado do grupo J&F Willer Tomaz de Souza.
Villela é ex-integrante da força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão, entre os quais investimentos do Petros, dos funcionários da Petrobras, e Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal, em uma empresa de celulose controlada pelo grupo J&F, a Eldorado.
O procurador foi preso em maio, acusado de receber uma mesada de R$ 50 mil para passar informações sobre as investigações a Souza, também preso na época.
Importância
Os pedidos de compartilhamento de informações sigilosas e os depoimentos são considerados fundamentais por um dos sub-relatores da CPMI, o deputado Delegado Francischini (SD-PR), para que as investigações avancem além do que já foi apurado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Mas o deputado tem uma preocupação: o grande volume de informações que precisarão ser analisadas. Por isso, ele defende a aquisição de um programa de computador para fazer auxiliar na análise dos dados.
“Com os requerimentos de quebra de sigilo e de pedidos de informação, com os depoimentos, vamos ter uma quantidade estupenda de informações, que são praticamente impossíveis de serem analisadas sem a ajuda de tecnologia”, disse.
E-mail e celular
Entre os requerimentos que serão votados estão a transferência do sigilo eletrônico dos e-mails enviados e recebidos pelo ex-procurador da República Marcello Miller, bem como os sigilos telefônicos e bancários. Miller é suspeito de repassar informações sigilosas ao grupo JBS.
Também há requerimentos dirigidos às operadoras de telefonia pedindo os dados das Estações de Rádio Base dos celulares de Miller; do diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis; do empresário Joesley Batista; e do executivo da J&F Ricardo Saud.